O risco do estigma com a varíola dos macacos

A Finlândia anunciou esta sexta-feira o primeiro caso de varíola dos macacos, juntando-se à longa lista de países europeus com casos confirmados. De acordo com o relatório médico, o doente está estável e a recuperar em casa.
Em Espanha já foram confirmados mais de 80 casos. O foco inicial foi uma sauna frequentada pela comunidade homossexual e o medo do estigma está presente. Hugo Teixeira, preparador físico, diz que o preconceito existe e é exagerado. Considera que o comentário sobre a doença aparecer “apenas na comunidade gay" é infeliz".
A comunidade científica insiste que não se trata de uma doença sexual. Andrea Antinori, especialista em imunodeficiências virais no Hospital Spallanzani, em Roma, explica que a transmissão acontece através de contactos próximos, como é o caso das relações sexuais, mas sublinha que elas não são os únicos contactos próximos possíveis. Neste momento, Andrea Antinori não quer identificar a varíola dos macacos como uma doença sexualmente transmissível e sobretudo identificar os homens que têm relações sexuais com homens como portadores desta doença. Acredita que este é também um problema de responsabilidade do ponto de vista de não estigmatizar a situação.
O especialista diz que ainda há muitas dúvidas sobre a doença "porque estamos perante uma nova vaga que é diferente da forma como a conhecíamos no passado". Segundo a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 200 casos confirmados em todo o mundo, e este número pode ser apenas a ponta do iceberg. Mesmo assim, a OMS não recomenda a vacinação em massa.