Guerra pelo controlo dos cereais

Rússia controla já parte da produção de cereais da Ucrânia. Na região de Kherson, foi instalada uma administração russa e um dos responsáveis veio dizer que a colheita do ano passado está a ser entregue a compradores russos.
Zelenskyy acusa Moscovo de "criar deliberadamente" uma crise alimentar e acusa a Rússia de roubar pelo menos meio milhão de toneladas de cereais ucranianos.
Os peritos do Programa Alimentar Mundial já tinham avisado que o bloqueio dos portos ucranianos por parte da Rússia poderia desencadear uma crise alimentar global e que milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome.
As autoridades russas dizem que a crise alimentar é provocada pelas sanções ocidentais e que é impossível deixar sair os grãos à medida que os portos são minados.
A situação estará a chegar a um ponto crítico, uma vez que os armazéns de cereais ucranianos estão cheios e já não há lugar para armazenar a nova colheita.
Turquia oferece mediação
Esta segunda-feira, o Presidente turco voltou a oferecer-se para mediar o conflito entre russos e ucranianos. Erdogan esteve ao telefone com Vladirmir Putin e terá dito que a Turquia estava pronta a retomar um papel no fim da guerra na Ucrânia e sugeriu que o seu país organizasse conversações de paz com a Ucrânia e a Rússia em Istambul, sob a égide da ONU e com o acordo de todas as partes.
Os meios de comunicação estatais turcos dizem também que Erdogan sugeriu a criação de um "mecanismo de observação" na Ucrânia, onde Ancara poderia ser pivot. Sugestões que não foram assumidas publicamente pelo Kremlin.
De acordo com Moscovo, Putin disse a Erdogan que a Rússia estava pronta a facilitar a "exportação marítima sem entraves de cereais dos portos ucranianos" em cooperação com a Turquia, e que se as sanções fossem levantadas, Moscovo poderia exportar volumes significativos de fertilizantes e produtos agrícolas.