Numa entrevista à imprensa regional francesa, o inquilino do Eliseu disse que "não se devia humilhar a Rússia".
Um dia depois de ter recebido a homóloga francesa Catherine Colonna em Kiev, o chefe da diplomacia da Ucrânia, Dmytro Kuleba, teceu fortes críticas ao presidente francês Emmanuel Macron que disse "não querer humilhar a Rússia"
Kuleba discorda da visão do inquilino do Eliseu e não foi brando nas palavras: Segundo ele, quando Macron diz isso, só se está a humilhar a ele próprio.
No Twitter, Kuleba disse que "pedidos para não humilhar a Rússia só podem ter como efeito humilhar a França ou qualquer outro país que faça um pedido semelhante, porque a Rússia humilha-se a ela própria e o melhor é concentrar os esforços em colocar a Rússia no seu lugar, o que vai trazer a paz e salvar vidas".
Macron deu uma entrevista à imprensa regional francesa sobre os objetivos e esperanças para o segundo mandato, e foi aí que disse a frase que causou algum mal-estar: "Não devemos humilhar a Rússia, para que no dia em que os combates acabarem, possamos construir um caminho de saída, através das vias diplomáticas. Estou convencido que o papel de França é o de ser uma potência mediadora", disse Macron na entrevista.
Volodymyr Zelenskyy relembrou que a Rússia é a única culpada pela guerra: "O exército russo pode parar de queimar igrejas, destruir cidades e matar crianças, se uma pessoa der essa ordem em Moscovo. O facto de não haver ainda essa ordem é uma humilhação para todo o mundo", disse o presidente ucraniano.
Apesar desta vontade de afirmar a França como potência mediadora no conflito, o país, sob a direção de Macron, está a tomar uma parte ativa na ajuda à Ucrânia, através do envio de armamento e de apoio às sanções contra a Rússia.