A campanha para a segunda volta das legislativas, em França, está a ser marcada por um clima de forte tensão entre as alianças "Ensemble" e "Nupes"
Tanto a aliança macronista de centro, "Ensemble", como a aliança de esquerda, "Nupes" reivindicam a vitória na primeira volta e a guerra das palavras está ao rubro. A primeira-ministra, Elisabeth Borne, chamou ao líder da coligação Nupes "o maior mentiroso", pela contestação dos resultados da primeira volta.
O presidente Emmanuel Macron procura neste escrutínio a maioria absoluta sem a qual o seu mandato será muito difícil.
O Cientista Político, Pascal Perrineau, faz uma leitura política da vontade do eleitorado, para esta segunda volta: "Emmanuel Macron, é certo, teve uma vitória imparável na eleição presidencial. Mas não há um desejo real de que ele tenha o poder absoluto. Também não existe o desejo de que a esquerda Nupes fique numa posição dominante. E tudo isto, esta ausência de desejo à direita, à esquerda, ao centro, pode ser lida na percentagem extremamente elevada de abstenção".
A abstenção, que atingiu quase 52,5% na primeira volta, é um fator decisivo, sobretudo para a união dos partidos de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon e tudo leva a crer que será também elevada no próximo domingo.
A aliança macronista poderá beneficiar dos votos de uma parte do eleitorado de direita, mas o suspense mantém-se quanto à maioria absoluta. Para lá chegar, são precisos 289 dos 577 assentos da assembleia nacional.