Refugiados ucranianos acolhidos em antiga casa da máfia italiana

Em Itália, as autoridades apreenderam, em 2021, bens no valor de 1.9 milhões de euros, pertencentes a organizações criminosas. Este ano, o governo italiano está a utilizar, pela primeira vez, centenas de casas confiscadas para acolher famílias ucranianas que fogem da guerra, como é o caso de Tetiana, que se encontra a viver em Rescaldina, numa casa que anteriormente pertencia à máfia italiana ‘Ndrangheta’.
Gilles Andre’Lelo é o Presidente da câmara de Rescaldina, uma pequena cidade nos arredores de Milão, com cerca de 14 mil habitantes. Gilles nunca pensou que, durante o seu primeiro mandato, teria de lidar com os efeitos da guerra na Ucrânia. Ele conduziu-nos à casa onde vive agora a família de Tetiana, depois de sobrevivido aos horrores que estão a acontecer na sua cidade natal, Bucha.
A casa onde estão pertenceu à 'Ndrangheta italiana', uma das mais poderosas organizações mafiosas do país. Atualmente, é diferente. Esta família pode sentir-se aqui novamente em segurança, graças ao apoio do Presidente da câmara e da comunidade local.
A família, de 5 elementos, fugiu antes da ocupação russa e não quer voltar a recordar esses dias. É demasiado doloroso para eles. Tetiana diz-nos que a sua nova casa lhe faz lembrar a habitação que foram obrigados a abandonar. Ela espera um dia poder voltar à Ucrânia.
Ao longo da reportagem, o Presidente da Câmara disse à Euronews que a comunidade local tem desempenhado um papel crucial, de ajuda ao povo ucraniano.
As autoridades explicam que a reutilização de bens apreendidos envia uma mensagem simbólica à organização criminosa, antiga detentora da casa. Agora, tanto a família de Tetiana, como a comunidade local de Rescaldina puderam finalmente começar uma nova vida.