"Vivemos em estado de emergência oceânica"

"Vivemos em estado de emergência oceânica"... Foi com estas palavras que António Guterres abriu, em Lisboa, a 2ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas.
Perante os milhares de políticos, especialistas e ambientalistas, que estão na capital portuguesa, o secretário-geral da ONU afirmou que é o "egoísmo" de algumas nações que está a dificultar os esforços para concluir um tratado há muito esperado para proteger os oceanos e evitar catástrofes.
"O aquecimento global está a fazer subir a temperatura dos oceanos para níveis recorde, criando tempestades mais ferozes e mais frequentes. Os níveis do mar estão a subir. As nações insulares mais baixas enfrentam inundações, tal como muitas das principais cidades costeiras do mundo", afirma Guterres.
Embora cubram mais de 70% da superfície do globo e sejam responsáveis por absorver 91% do aquecimento do planeta, os oceanos costumam estar arredados das grandes discussões ambientais.
Até 01 de julho discutem-se em Lisboa várias questões: sobre-exploração, acidez, aquecimento, subida e poluição das águas...
A presença de microplásticos já causou a morte de milhões de animais marinhos e estima-se que a situação piore nas próximas décadas.
As Nações Unidas esperam que seja adotada, na capital portuguesa, uma declaração que, embora não seja vinculativa, ajude a implementar e facilitar a proteção e conservação dos oceanos e dos seus recursos.
A declaração deverá ser aprovada na sexta-feira, mas está fora de questão um novo acordo internacional vital sobre Biodiversidade fora da Jurisdição Nacional, também conhecido como o Tratado do Alto Mar.
Este tratado está a ser negociado no quadro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que é o principal acordo internacional que rege as atividades marítimas humanas.