A França repatriou 35 crianças e 16 mães de campos de prisioneiros jihadistas na Síria. As crianças são entregues à segurança social; as mães, à justiça
A França repatriou 35 crianças e 16 mães de campos de prisioneiros jihadistas no nordeste da Síria.
No comunicado do anúncio do repatriamento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros esclarece que "os menores foram entregues aos serviços de assistência social infantil e as mães às autoridades judiciais competentes".
Albert Daguet membro do coletivo "Famílias Unidas" está satisfeito.
"Para nós, é uma primeira vitória. Trata-se de uma mudança de atitude de 180 graus por parte do governo francês. Pela primeira vez, em três anos, houve mulheres repatriadas com os filhos, ao passo que, até momento, tinha sido realmente um "não". Havia uma posição intransigente por parte do Estado francês. Apreciamos sinceramente esta mudança.
Albert Daguet tem uma filha e um neto na Síria que não fizerem parte do grupo agora repatriado, mas, depois desta porta se abrir, tem mais esperança.
"Tenho um neto, é o único que tenho. Apesar de ter quatro filhos, tenho apenas um neto. Tem quase três anos e meio e nunca o beijei, nunca o abracei. É um pesadelo contínuo. É algo a que não se consegue ver o fim. Isto agora é uma luz ao fundo do túnel.
Antes o repatriamento deste grupo havia quase 200 menores e 80 mães em campos no nordeste da Síria controlados pelos curdos, onde as condições de vida, segundo a ONU, são "terríveis".
A Bélgica, outro dos países europeus com grande número de combatentes na zona do Iraque e da Síria, repatriou recentemente 16 filhos de jihadistas e seis mães.