Fronteira entre Polónia e Lituânia: populações preparam-se para o pior

Alguns analistas afirmam que se a guerra iniciada pela Rússia se intensificar, ligando a região de Caliningrado à Bielorrússia, vai isolar três países bálticos dos seus aliados ocidentais.
Uma possibilidade de preocupa a população na fronteira entre a Polónia e a Lituânia. Jaroslaw Zmijewski, membro da Associação de Armas de Sejny, explicava que esta possibilidade, que está a ganhar forma, "levou as pessoas a começar a pensar em como se defenderem, (...) mas ninguém vai cavar trincheiras", acrescentava. Por agora, observam o que está a passsar-se e - os helicópteros, as viaturas militares - e continuam a trabalhar. Ainda assim, garantia, se forem "forçados", provavelmente terão de defender-se, "espero que isso não aconteça", desabafava acrescentando que é melhor estarem "preparados para o pior" do que não estarem preparados.
Por seu lado, os políticos locais receiam que a especulação em torno do futuro e da segurança da região cause danos. Czeslaw Renkiewicz, presidente da câmara de Suwalki, referia que a "ameaça" de que se fala é "apenas hipotética", e pretendem que se "mantenha assim". Acrescentava não quererem que o pânico se generalize: "e__stamos sob a proteção do Exército polaco, das tropas aliadas da NATO, que estão estacionadas não muito longe do corredor de Suwalki, e no caso de um conflito, penso que o nosso exército, com os aliados, é capaz de combater este ataque", concluia.
Os especialistas não descartam um possível ataque, embora sublinhem que uma nova operação militar seria difícil. Agnieszka Legucka, do Instituto Polaco de Assuntos Internacionais, afirmava que não pode excluir-se "nenhum cenário", mas que a probabilidade é reduzida.
Mas nas fronteiras orientais da Polónia, que são também as fronteiras da União Europeia, as populações debatem-se com os problemas provenientes de países vizinhos. A guerra na Ucrânia que provocou uma crise migratória aliada a esta ameaça, hipotética, de um ataque que, a concretizar-se, seria uma guerra aberta entre a Rússia e a NATO, como referia Magdalena Chodownik, correspondente da Euronews, em Varsóvia.