Antiga república soviética da Geórgia ainda tem 34% da população sem água potável

A Geórgia tem mais de 25 mil rios, mas, apesar desta riqueza hídrica, há 34% por cento da população sem acesso a água potável, estima a Organização Mundial de Saúde OMS, num recente relatório sobre a situação em mais de 60 países.
A taxa desta antiga república soviética Geórgia, hoje em dia em lista de espera para ser candidata à União Europeia, é mais alta do Cáucaso europeu sem acesso a água potável. Na Arménia, 12% não tem acesso a este bem essencial e, no Azerbaijão, são 12%.
"Não gosto da água. Vem com muitos resíduos. É isso que estamos a beber", lamenta-se um cidadão, em declarações à Euronews Geórgia.
O problema, dizem alguns, prende-se com a degradação das infraestruturas que permitem filtrar, purificar e distribuir a água pelas torneias domésticas.
A provedora da energia na Geórgia conta-nos que "algumas cidades não têm sistemas de fornecimento de água nem uma companhia para o gerir, por isso, os municípios estão a tentar, eles próprios, desenvolver os respetivos recursos".
"Isto deve ser resultado de investimento e requer grandes quantidades de dinheiro. Por outro lado, este custo vai ter impacto nos impostos e pode revelar-se um fardo para a população. O acesso à água também está a ser dificultado por outras causas, como as alterações climáticas", afirmou a provedora Salomé Vardiashvili.
Para Vakhtang Kochoradze, um dos membros da direção da Rede de ONG do Ambiente do Cáucaso (CENN), este "é um tema complexo". "Antes de mais, não podemos garantidamente afirmar que o problema está nas infraestruturas nem que a rede de abastecimento de água ou os reservatórios estão fora de serviço", argumenta Kochoradze.
Um dos 17 objetivos do programa da ONU para o desenvolvimento sustentável é a acessibilidade a água potável para todos até 2030.
A apenas oito anos desse prazo, existem ainda dois mil milhões de pessoas, o equivalente a uma em cada quatro no mundo, sem acesso a água potável. E a Geórgia, com aspirações a entrara na União Europeia, parece estar ainda muito atrasada neste desafio.