Zelenskyy acusa Amnistia Internacional de "amnistiar" a Rússia

O relatório da Amnistia Internacional a acusar a Ucrânia de colocar civis em perigo desnecessário foi recebido com estrondo em Kiev. O presidente Volodymyr Zelenskyy não gostou que a organização tenha denunciado táticas militares ucranianas que estabelecem bases militares em zonas residenciais e lançam ataques a partir de áreas habitadas por civis e, esta quinta-feira, deu a conhecer a sua resposta no habitual vídeo diário.
O chefe de Estado ucraniano acusa a Amnistia Internacional de tentar "amnistiar" a Rússia e de estar a transferir a responsabilidade do agressor para a vítima, alegando que "não pode haver, mesmo que hipoteticamente, nenhuma condição em que qualquer ataque russo à Ucrânia se torne justificado".
De acordo com Zelenskyy, "ao publicarem esses relatórios manipulativos, estão a partilhar com eles a responsabilidade pela morte de pessoas".
Alianças em África
Em busca de novos aliados, Zelenskyy tenta agora abrir a porta da neutralidade africana. O continente, afirma, "está refém" de um "excedente de propaganda russa" e o objetivo é "alterar este equilíbrio".
O presidente ucraniano está em negociações com a Guiné-Bissau e revela que, esta sexta-feira, o diálogo se estende a "outro país africano".
Depois do périplo de Sergei Lavrov por África, no final de julho, Zelenskyy quer bater as ofertas do ministro russo dos Negócios Estrangeiros e garantir apoio internacional.
Em troca, garante, a Ucrânia tem um papel a desempenhar na mitigação da crise alimentar que assombra particularmente o continente.
Atrasos da UE alvo de críticas
Também a União Europeia (UE) mereceu umas palavras do líder ucraniano. Com 8 mil milhões de euros por receber, Zelenskyy acusa ainda um país europeu de estar a atrasar a assistência macrofinanceira, mas não diz qual. E antes de apontar o dedo, afirma acreditar que "o erro será corrigido".