A líder do partido "Irmãos de Itália", Giorgia Meloni, traz uma visão política contra o globalismo e o progressismo"
"A direita italiana acabou com o fascismo há muitas décadas"
É assim que Giorgia Meloni, provavelmente a próxima primeira-ministra da Itália, responde à imprensa internacional quando descrita como "um perigo para a democracia e estabilidade italiana, europeia e internacional".
O mantra principal para Meloni é tranquilizar. Uma estratégia comum utilizada pelos seus antecessores políticos, como Gianfranco Fini, ex-líder do Movimento Social Italiano (MSI) neofascista, que procurou criar uma imagem mais moderada e acessível daquilo que na Itália é chamada a "direita pós-fascista".
Um ambiente familiar a Giorgia Meloni que, aos 15 anos, entra na juventude do Movimento Social Italiano (MSI).
De 1998 a 2002, foi representante da província de Roma junto do partido Alleanza Nazionale, o sucessor mais moderado do Movimento Social Italiano.
Em 2008, juntou ao partido "Povo da Liberdade" de Silvio Berlusconi, tornando-se até 2011, a mais jovem ministra na história da Itália moderna.
Em 2013, Meloni deixou o partido de Berlusconi para criar o "Irmãos da Itália" com Gianfranco Larussa e Guido Crosetto, um novo partido que defende o nacionalismo conservador com uma forte ênfase na soberania.
Meloni obteve apenas 3% de votos durante as eleições de 2013. Mas o seu crescimento tem sido consistente ao longo dos últimos 9 anos.
O verdadeiro catalisador ocorreu quando o "Irmãos de Itália" foi praticamente o único grande partido italiano a não integrar o governo de coligação de Giuseppe Conte em 2019, e a aceleração deu-se enquanto oposição ao governo de Mário Draghi
A arte de Meloni tem sido conseguir reunir apoio à sua visão contrária ao globalismo e ao progressismo, sem cair no discurso antissistema, com posições como: "Sim à família natural, não ao lobby LGBTQ".
Se na Europa Giorgia Meloni continua a cultivar afinidades com a extrema-direita e os eurocéticos, como o Vox em Espanha, em Itália deve agora mostrar um tom mais moderado e institucional, sem o qual será difícil liderar um país historicamente centrista.