Turquia é a principal porta de fuga da mobilização na Rússia

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A Turquia, que manteve as ligações aéreas com a Rússia, é a principal porta de saída dos russos que querem escapar à mobilização para a guerra

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A política belicista de Vladimir Putin mudou a vida de milhares de russos. Dos que partiram para a guerra na Ucrânia e das famílias, e também de muitos que não querem ser mobilizados e decidiram fugir.

A Turquia, que manteve os voos regulares com a Rússia, tem sido um dos principais destinos.

Niki Proshin tem 28 anos, é vlogger e decidiu partir para Istambul. Conta a tendência que vem verificando nas redes sociais

"Até as pessoas que apoiavam esta guerra começaram a dizer que não compreendem porque é que esta guerra está a acontecer. Começaram a dizer não queriam ver isto acontecer e, certamente, não querem perder os seus amigos, maridos, irmãos, ou eles próprios nesta "guerra inútil". E não é apenas a minha opinião pessoal, é o que ouço na Internet russa, é o que ouço nos grupos do Telegram russos".

Maxim Bocharov, de 38 anos, é um dos revoltados com a Rússia de Putin. Participa em protestos contra a guerra em Istambul, e diz tê-lo feito também em Moscovo.

"Decidi deixar a Rússia porque nunca vou lutar contra a Ucrânia, contra o povo ucraniano. Gostaria de dizer que durante todo este tempo, todos estes meses de guerra apoiei a Ucrânia. Fui a marchas de protesto em Moscovo. Não fiquei calado, falei na Internet. Falei na vida real. Até fiz algumas doações para o exército ucraniano, mas esta mobilização foi para mim a última gota. Nunca entrarei em guerra contra o povo ucraniano". "Quero dizer ao povo ucraniano que nem todos os russos são como zombies que sofreram lavagens de cérebro", afirma.

Eva Rapoport, é coordenadora do ARK, um grupo em Istambul que ajuda os russos a fugir do seu país. Diz que os pedidos de ajuda têm vindo a aumentar.

"Obviamente, temos mais trabalho. Agora há mais pedidos. Estamos a alugar novos apartamentos para colocação. Alugámos um novo em Istambul, há alguns voluntários que estão agora a gerir abrigos temporários no Cazaquistão, em duas cidades diferentes. Fala-se em abrir um também na Sérvia". "Ninguém quer ficar e morrer por Putin".

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