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Cinco anos de terror em Cabo Delgado

Os primeiros ataques do grupo terrorista Al-Shabaab ocorreram em Mocímboa da Praia
Os primeiros ataques do grupo terrorista Al-Shabaab ocorreram em Mocímboa da Praia Direitos de autor  CAMILLE LAFFONT/AFP
Direitos de autor CAMILLE LAFFONT/AFP
De Teresa Bizarro com AFP, Lusa
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Terroristas empurrados para o mato continuam a despertar receios na província moçambicana

A alegria voltou às ruas de Mocímboa da Praia, no norte de Moçambique. Os homens jogam futebol e as mulheres na bancada improvisada comemoram em festa cada golo. A cidade portuária moçambicana foi libertada dos terroristas do grupo Al-Shabab há um ano.

Apesar dos sorrisos, as marcas e as memórias de quatro anos de ocupação não se esquecem. Lúcia da Silva mostra os pilares de madeira que sobraram da casa que os terroristas queimaram. 

"Eles vieram e disseram"nós vamos queimar a casa". Eu saí, abri a porta e eles entraram na sala. Disse às crianças para correrem e se esconderem na sala, mas uma delas entrou e levou as crianças. Não consegui detê-las. Eles disseram que iam tomar bem conta das crianças. Depois, fugimos para fora, incendiaram as camas e as redes mosquiteiras com gasolina e queimaram a casa," conta com mágoa.

Sob o olhar e a proteção da polícia ruandesa, que veio apoiar as autoridades moçambicanas, esta quarta-feira, completam-se cinco anos sobre o primeiro ataque contras unidades de polícia em Mocímboa da Praia.

O conflito alastrou por toda a província e fez milhares de deslocados. Muitos não puderam voltar ainda a casa. Continuam em centros improvisados de acolhimento a olhar ainda por cima do ombro

"Nós aqui em Cabo Delgado já estamos cansados dos terroristas," diz Ricardo Mendes. Este deslocado, acolhido em Metuge lembra que o conflito ainda não terminou e que a "acalmia que se verifica hoje é porque as nossas forças estão a trabalhar no mato. Estão em perseguição dos terroristas." 

O receio de novos ataques e a fome afetam a maior parte das famílias. Quase em tom de desespero , Graça João, uma outra deslocada diz que comem "sempre a mesma coisa: arroz com feijão. Todos".  "Não chega dinheiro aqui para nós," desabafa.

Nas contas da ONU, os anos de terror levaram quase um milhão moçambicanos a fugir de casa. Apesar dos esforços para pacificar a província, agora com apoio internacional, o conflito não terminou. Está menos ruidoso, mas não menos penoso para milhares de famílias .

Editor de vídeo • Teresa Bizarro

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