Contagem oficial dos votos ainda prossegue, mas mantém-se favorável ao bloco liderado pelo Likud, sobretudo devido à ascensão da extrema-direita, que pode afastar Estados Unidos do futuro governo hebraico
O primeiro-ministro de Israel cancelou a presença na COP27, a Cimeira do Clima das Nações Unidas, que decorre na próxima semana no Egito. Yair Lapid deveria viajar na segunda-feira para Sharm El-Sheikh.
A mudança de planos pode estar relacionada com a eventual derrota nas eleições desta semana em Israel.
As projeções sugerem o regresso ao poder de Benjamin Netanyahu e o partido Likud lidera a contagem oficial e estima-se poder ficar acima dos 61 deputados que lhe garantem a maioria do Knesset, o parlamento israelita, onde se sentam 120 representantes do povo. Para isso, será fundamental o apoio do bloco extremista Sionismo Religioso.
O partido de Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, é a grande surpresa destas eleições e pode vir a tornar-se a terceira força política em Israel, tendo já assegurado 14 deputados, mais do dobro dos conseguidos no anterior sufrágio.
O facto de Netanyahu ainda ter de enfrentar o banco dos réus por acusações de suborno, fraude e abuso de confiança não parece preocupar os apoiantes.
Conhecido pela mão firme contra as pretensões dos palestinianos e defensor da política de alargamento dos colonatos judeus na Cisjordânia, a confirmar-se a vitória, a grande preocupação em torno de Netanyahu será mesmo a necessária aliança com os extremistas do Sionismo Religioso, um partido anti-árabes.
A eventual concessão de um cargo ministerial no eventual futuro executivo hebraico a Itamar Ben-Gvir pode vir a tornar-se um contrapeso perante os Estados Unidos, um tradicional aliado no Médio Oriente, mas agora, com Joe Biden na Casa Branca, alegadamente pouco inclinados a associar-se à extrema-direita israelita.