Um envelope de 55 mil milhões de dólares para infraestruturas, negócios privados da ordem de 15 mil milhões de dólares, o apoio à inclusão da União Africana no G20 e uma possível visita do presidente dos Estados Unidos ao continente, resumem a cimeira EUA-África que decorreu em Washington
África está nos planos dos Estados Unidos. O presidente Joe Biden assegurou apoio político e financeiro aos 49 dirigentes africanos que se deslocaram a Washington. A União Africana, pela voz do presidente em exercício, o chefe de Estado senegalês Macky Sall, recordou, entre outras necessidades, a urgência na construção de infraestruturas:
“África deseja um compromisso mais sustentado no investimento nas infraestruturas de desenvolvimento: nas estradas, nos caminhos-de-ferro, nas centrais elétricas, nas infraestruturas digitais. África é o último grande estaleiro do mundo, com os projetos do programa de desenvolvimento de infraestruturas da União Africana, alguns dos quais já foram lançados e outros em vias de o serem, constituem um leque de oportunidades de investimento para um crescimento e uma prosperidade partilhadas.”
Washington vai disponibilizar nos próximos três anos 55 mil milhões de dólares para investimentos em infraestruturas, um montante que se junta ao compromisso do G7 de criar um fundo de 600 mil milhões para os próximos cinco anos.
Para o ministro da Economia e Planeamento de Angola, é preciso, agora, “poder encontrar formas de tirar proveito destes pronunciamentos, deste apetite que os Estados Unidos têm com África” e Angola. Para Mário João, este conclave “vem dar continuidade à cimeira anterior de 2014 onde foram também foram feitos alguns pronunciamentos, mas agora com os recursos financeiros fica tudo muito mais fácil.” O ministro deixa no entanto um alerta: “Temos que agora ver os termos de financiamento que efetivamente sejam operações win-win, com ganhos dos dois lados.”
Durante a cimeira de três dias foram anunciados negócios avaliados em 15 mil milhões de dólares.
Em termos políticos, Joe Biden prometeu apoiar a inclusão da União Africana em plataformas multilaterais como o G20 e deixou no ar uma possível visita ao continente em 2023.