Ataque à democracia foi repudiado em todo o mundo. Presidente brasileiro Lula da Silva prometeu levar culpados à justiça
Há uma semana, Brasília tornava-se palco de um ataque à democracia que ficará para a história.
Apoiantes do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, invadiram, de forma violenta, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes do poder legislativo, executivo e judicial, respetivamente.
As cenas de violência e vandalismo deixaram o país e o mundo em estado de choque.
Em entrevista à Euronews, vários brasileiros manifestaram "revolta" com o sucedido. Alguns falam em "falta de respeito", "desilusão" e num "crime que deve ser punido."
Neste momento, estão em curso várias investigações para apurar responsabilidades.
Os protestos de 8 de janeiro pediam o afastamento o presidente recém-eleito Lula da Silva e a entrada do Exército em cena.
Para Leo Puglia, professor de história e sociologia, o que se passou está bastante claro: "foi uma tentativa de golpe. Não sabemos quem está, exatamente, por detrás [de tudo isto] ou qual era o plano. Isso está a ser investigado. Mas foi uma tentativa golpista."
O tiro saiu pela culatra, mas, diz Puglia, beneficiou o governo de Lula da Silva: "fortaleceu Lula da Silva como o líder de um movimento em defesa da democracia, no momento de uma grave ameaça histórica. Por outro lado, também, foi um acontecimento muito grave que mostra a resiliência do bolsonarismo mais radical, até onde podem ir. Pode esperar-se qualquer coisa dessas pessoas. Existe uma parte muito grande da população que está desconectada da realidade, que está radicalizada."
O regresso de Lula da Silva tem sido marcante, até mesmo para a base de apoiantes, maso presidente eleito tem agora pela frente tempos difíceis.
Muitos brasileiros temem que a revolta crescente entre os apoiantes de Jair Bolsonaro possa implodir e fazer estragos ainda piores.