China regista primeiro declínio populacional em seis décadas

População chinesa.
População chinesa. Direitos de autor Fotó: AP
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As Nações Unidas estimam que a Índia vai ultrapassar a China, a nível populacional, já em abril deste ano.

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A China anunciou o seu primeiro declínio populacional em 60 anos. O país mais populoso do mundo está em risco de viver uma crise demográfica devido à queda da taxa de natalidade.

Kang Yi, Comissário do Gabinete Nacional de Estatística, instituto que divulgou estes dados, referiu que no final do ano passado "a população nacional, excluindo os residentes de Hong Kong, Macau e Taiwan e os estrangeiros que vivem nestas áreas, era de 1,41 mil milhões de pessoas".

Este número representa "um decréscimo de 850 mil pessoas em relação ao final de 2021", disse o mesmo responsável, salientando depois que "o número de nascimentos foi de 9,56 milhões".

Na hora de ter filhos, os cidadãos chineses têm em conta vários fatores. A subida do custo de vida, o nível de desemprego ou a preocupação com o envelhecimento dos pais são alguns deles.

"Para nós, que somos da geração dos anos 80, há mais pessoas que são de famílias com um filho único. Há muita pressão quando se trata de cuidar dos pais e melhorar a sua qualidade de vida futura”, referiu uma cidadã.

AFP
Cidadã chinesa.AFP
No próximo ano estaremos novamente em declínio
Cidadão chinês

Já outro cidadão chinês realça que existe muita pressão para se ter filhos. "Quem é que se atreve a ter filhos? A taxa de desemprego é tão elevada, que a Covid destruiu tudo, não há nada que possamos fazer. No próximo ano, estaremos novamente em declínio", explicou.

A última vez que o país registou um declínio populacional foi durante uma campanha lançada por Mao Zedong, fundador da República Popular, nos anos 1950. O objetivo desta mesma campanha era “acelerar a transição para o comunismo", o que acabou por provocar a morte a milhares de pessoas, devido a uma fome generalizada.

De salientar que a taxa de natalidade da China foi fortemente afetada pela adoção da política do filho único, que vigorou no país entre 1980 e 2016. As autoridades do país davam preferência a pessoas do sexo masculino, razão pela qual a maioria dos abortos nesse período aconteceu quando o feto era do sexo feminino.

Desde que abandonou esta política, o país tem tentado incentivar os cidadãos a ter mais filhos, no entanto, a conjuntura económico-social tem levado os cidadãos a pensarem duas vezes, na hora de constituir família.

As Nações Unidas estimam que a Índia vai ultrapassar a China, a nível populacional, já em abril deste ano.

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