Justiça russa proíbe site informativo Meduza

O site de informação em língua russa e inglesa Meduza, com sede na Letónia, foi proibido pelas autoridades de Moscovo. A procuradoria-geral russa considerou o site "ilegal e indesejável". Passa a ser proibido e quase impossível aceder ao Meduza a ppartir de território russo.
Galina Timchenko, editora e proprietária do site, denuncia o endurecimento da postura de Moscovo, no seguimento da guerra na Ucrânia: "É evidente que a Rússia, no último ano, se virou para a militarização, para fechar o país e para uma ideologia segundo a qual há inimigos em todo o lado. Estamos encurralados e não faço ideia de como podemos escapar", diz.
Timchenko vive em Riga, na Letónia, que é onde o site é feito e onde está uma grande parte dos colaboradores. No entanto, há muitas pessoas que trabalham para o Meduza que vivem na Rússia. Ficam agora numa situação difícil e arriscam-se a ser presas.
O analista Andrei Kolesnikov, do Carnegie Center de Moscovo, antevê tempos difíceis: "Têm muitos colaboradores e fontes permanentes (na Rússia). Muitas dessas fontes, colaboradores e empregados vão ter de mudar a forma de trabalhar, ou deixar o país para poderem continuar a trabalhar, ou então deixar de trabalhar para o Meduza", explica.
Esta proibição do Meduza é apenas o mais recente capítulo da ofensiva do Kremlin contra a imprensa livre e crítica do regime. A política externa da União Europeia, através do site oficial, condenou esta decisão por parte da justiça russa, que considera mais um ataque político à liberdade dos media no país.