O presidente brasileiro recebeu em Brasília o chanceler alemão. Olaf Scholz tornou-se no primeiro líder europeu a reunir-se com Lula depois da posse
O chanceler alemão foi o primeiro líder europeu a subir as escadas do Palácio do Planalto, em Brasília, desde que Lula da Silva voltou a sentar-se a cadeira de presidente do Brasil. Entre os dois, uma agenda cheia de questões bilaterais e internacionais. A começar pela guerra na Ucrânia.
O Presidente brasileiro reconhece os esforços da Alemanha e outros países para evitar o conflito, mas propõe a criação de um grupo para mediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Lula dá como exemplo o G20, criado para ultrapassar a crise económica de 2008.
Para ultrapassar uma outra crise - a ambiental - Olaf Scholz prometeu um envelope de mais de 180 milhões de euros. "É uma soma importante" e "vamos continuar (a cooperar) neste sentido", disse o chanceler numa conferência de imprensa após o encontro com o presidente brasileiro.
Lula já sabe o que fazer com estes fundos e vai começar pela Amazónia. "Vamos tomar todas as medidas para pôr fim à mineração ilegal. Vamos tirar de lá os mineiros, e vamos cuidar do povo Yanomami, que precisa de ser tratado com respeito," declarou o presidente brasileiro.
A Alemanha já tinha anunciado no início deste ano que voltaria a reforçar o Fundo Amazonas, congelado em 2019 devido às políticas ambientais do mandato do Bolsonaro. "O Brasil é o pulmão do mundo. Se tiver problemas, todos nós temos de o ajudar", disse o chanceler alemão.
Olaf Scholz, acompanhado por uma delegação de empresários alemães, cumpriu no Brasil a última etapa de um pequeno périplo pela América Latina. Esteve também no Chile e na Argentina. Os três países visitados criticaram na ONU a invasão russa da Ucrânia, mas não adoptaram sanções contra Moscovo.