Milhares de israelitas nas ruas contra reforma judicial de Natanyahu

Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se, esta segunda-feira, frente ao parlamento israelita (Knesset) para contestar a reforma judicial em marcha no país.
Após uma sessão parlamentar turbulenta, a comissão parlamentar de Constituição, Direito e Justiça aprovou, numa primeira ronda, o projeto de lei que pretende retirar ao Supremo Tribunal de Israel competências na supervisão da legislação, permitir aos legisladores anular as decisões judiciais por maioria de votos e conferir ao governo o poder de nomear juízes.
A polémica revisão do sistema judicial promovida pelo executivo de Benjamin Netanyahu segue agora para o Knesset, onde caberá aos deputados aprovar ou rejeitar a proposta legislativa.
A mais recente vaga de manifestações convocada pelos partidos da oposição e grupos de protesto realizou-se este sábado, tendo juntado na contestação cerca de 200 mil israelitas em todo o país.
Os manifestantes foram já classificados como "patriotas" pelo presidente israelita Isaac Herzog, que, num discurso proferido este domingo à noite, apresentou uma proposta para negociações.
Também durante o fim de semana, o presidente norte-americano Joe Biden apelou a que o primeiro-ministro israelita se concentrasse na "construção de consensos", mas Netanyahu não parece disposto a recuar.
O primeiro-ministro israelita, que voltou ao poder no final de dezembro, após quatro anos de impasse político, encontra-se atualmente acusado pela Justiça de corrupção.
Líder de uma coligação de extrema-direita e ultra-ortodoxa, Netanyahu defende que a reforma em curso é necessária para travar a ação dos juízes excessivamente ativistas, controlar a alegada corrupção judicial e aumentar a diversidade em Israel.