No segundo dia da visita à Rússia, o presidente da China disse que as" relações estratégicas" entre os dois países são uma "prioridade" para Pequim.
O presidente chinês disse esta terça-feira na Rússia que as "relações estratégicas" entre Moscovo e Pequim, são uma "prioridade" para a China.
Xi Jinping fez estas declarações durante o encontro com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.
De acordo com as agências russas, Xi, que tem previsto novo encontro com Vladimir Putin, esta terça-feira, terá convidado o presidente da Rússia a visitar a China ainda este ano.
Nestas declarações e no convite parecem implícitas duas ideias: o apoio tácito, mas não pronunciado de Pequim à operação militar russa na Ucrânia e um sinal claro para o TPI que emitiu um mandado de captura contra o senhor do Kremlin.
Durante a primeira reunião entre os dois líderes, que durou mais de quatro horas, Putin terá dito a Xi estar pronto a discutir uma iniciativa de Pequim para pôr fim ao conflito.
Mas, após esta visita, o papel de intermediário do conflito que a China tem tentado incarnar parece cada vez menos credível para o mundo ocidental. Washington acusa mesmo as autoridades chinesas de considerarem a entrega de armas à Rússia, o que elas negam.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, disse na segunda-feira que o facto de XI ter visitado a Rússia apenas três dias após o mandado de captura emitido pelo TPI, sugere que a China não sente a necessidade de "responsabilizar o presidente russo pelas atrocidades infligidas à Ucrânia".
Outros acreditam que a China nunca seria um mediador imparcial e poderia mesmo usar o ataque da Rússia na Ucrânia como uma oportunidade para tomar posse de Taiwan.
Fumio Kishida em Kiev
Esta terça-feira Xi e Putin realizam o encontro formal, seguido de conferência de imprensa e o jantar de Estado e, coincidência, ou não, enquanto o líder da China mostra ao mundo o seu apoio a Moscovo, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, realiza uma visita não anunciada à Ucrânia.
Segundo a diplomacia nipónica, o chefe do governo japonês vai transmitir a Volodymyr Zelenskyy "o seu respeito pela coragem e perseverança do povo da Ucrânia que defende a sua pátria sob a sua liderança, bem como a infalível solidariedade e apoio à Ucrânia por parte do Japão e do G7".
Fumio Kishida era o único líder do G7 que ainda não tinha visitado Kiev desde o início da ofensiva russa contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, apesar de Tóquio se ter juntado às sanções ocidentais contra a Rússia logo no início da invasão e de ter anunciado mais de cinco mil milhões de euros de ajuda à Ucrânia.
Zelenskyy diplomata
Em Kiev a visita de Xi Jinping a Moscovo está a ser gerida "com pinças". Volodymyr Zelenskyy não quer lançar farpas à gigante China, porque o país poderá ainda ser útil como mediador no conflito e até como investidor e parceiro comercial na reconstrução do país e no pós-guerra.
Por outro lado, muito se tem falado de uma possível conversa entre Xi Jinping e Voldymyr Zelenskyy depois desta vista à Rússia do líder chinês. Até agora, Pequim não confirmou nem desmentiu.