Mais protestos em França contra a reforma das pensões

Detenção de manifestante em Paris
Detenção de manifestante em Paris Direitos de autor Lewis Joly/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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Centenas de milhares de pessoas voltaram a protestar, em França, contra a reforma das pensões, na véspera da decisão do Conselho Constitucional

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Em França, quinta-feira voltou a ser dia de protesto contra a reforma das pensões. 

A polícia dispersou manifestantes com gás lacrimogéneo, em Paris, e voltou a haver confrontos. Cerca de uma dezena de polícias ficou ferida e foram detidas pelo menos 47 pessoas, só na capital francesa. 

A mobilização teve menos participação que as anteriores. Segundo os sindicatos atraiu 1,5 milhões de pessoas em todo o país; de acordo com o Ministério do Interior terão sido 380.000.

Mas a maioria dos manifestantes foi para as ruas num ambiente de festa e com música. São os chamados "tecno-ativistas", que misturam slogans contra a reforma das pensões de Emmanuel Macron com música eletrónica.

Mathilde Caillard é uma das jovens ativistas climáticas francesas que se juntou à luta contra um projeto de lei que ela considera injusto e mal elaborado.

"O que rejeitamos é o sistema que apoia a reforma das pensões. É um sistema que quer que trabalhemos mais para produzir mais e nunca nos perguntamos "porquê produzir mais?". Será apenas para continuar a enriquecer um punhado de acionistas? Será apenas para esperar por um crescimento que nos faça felizes? Na realidade, não nos torna mais felizes. O que precisamos de fazer face ao aquecimento global e ao caos climático é pensar no que é essencial e no que não é".

Tal como as centenas de milhares de manifestantes que marcharam por toda a França na quinta-feira, ela espera que o movimento vá até ao fim.

"Precisamos que a reforma seja retirada. Na verdade, Emmanuel Macron recusa-se a reconhecer que estava errado, mas é a única saída. Ninguém quer esta reforma. Mesmo economicamente, ela está mal concebida, está mal feita. Não sei de que forma irá continuar este movimento social mas, em qualquer caso, esta raiva não irá desaparecer da noite para o dia. Esta oposição também não desaparecerá".

"Manifestar-se de bom humor é o que Mathilde Caillard e os membros do seu coletivo tencionam continuar a fazer até à retirada do texto da lei, e isto, diz ela, independentemente da decisão crucial do Conselho Constitucional, esperada por todo o povo francês, esta sexta-feira", refere o repórter da Euronews em Paris, Cyril Fourneris.

A decisão do Conselho Constitucional sobre o texto da lei que altera a idade da reforma dos 62 para os 64 anos é esperada ao final do dia desta sexta-feira. O presidente, Emmanuel Macron, espera que a decisão permita acalmar os ânimos para que o país possa avançar sem mais contestação.

Tanto à esquerda como à direita poucos acreditam que a decisão do Conselho Constitucional ponha em causa os grandes pressupostos do texto.

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