Habitantes espancam e queimam vivos membros de gangues. ONU afirma que "é urgente mobilizar força internacional"
É um grau de violência extremo aquele que se atingiu nas ruas de Port-au-Prince, a capital do Haiti, onde a população decidiu fazer justiça pelas próprias mãos face ao aumento da criminalidade.
Uma multidão fez uma barricada com pneus embebidos em gasolina e intercetou veículos da polícia, capturando 13 alegados membros de gangues. Foram todos espancados e queimados vivos. Um residente dizia perante as câmaras que os moradores "têm armas, têm machetes" e "vão defender-se".
Num comunicado, as Nações Unidas declararam que "é urgente mobilizar uma força militar internacional" para ajudar as autoridades haitianas a restabelecer a ordem.
"Em muitas zonas do bairro Cité Soleil, a segurança e situação humanitária atingiram níveis alarmantes. De acordo com os nossos parceiros, entre 14 e 19 de abril, os confrontos entre grupos rivais mataram cerca de 70 pessoas, incluindo 18 mulheres e, pelo menos, duas crianças. Ficaram feridas 40 pessoas", afirmou Farhan Haq, porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU.
Algumas testemunhas relatam que também a polícia abateu seis supostos membros de gangues na zona de Turgeau. Muitas famílias estão a fugir das zonas afetadas, algumas a pé, transportando familiares e pertences.