Ataques na Sérvia geram discussão sobre a posse de armas

Discussão sobre a posse de armas na Sérvia
Discussão sobre a posse de armas na Sérvia Direitos de autor Darko Vojinovic/The AP
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País é terceiro a nível mundial na posse de armas per capita, atrás de EUA e Yémen, com 39,1 armas de fogo por cada 100 habitantes

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Os ataques desta semana na Sérvia chamaram a atenção para o número de armas no país. Aleksandar Vucic já prometeu apertar o controlo mas parte do problema está na enorme quantidade de armas ilegais.

Uma estimativa da Small Arms Survey, de 2018, aponta para mais de um milhão e meio de armas não registadas na posse de civis.

A Sérvia é o terceiro a nível mundial na posse de armas por habitante e a tendência é transversal à região, com cinco países dos Balcãs Ocidentais no top 20.

Em conversa com a euronews, o autor do estudo, Aaron Karp, considera que é necessária uma discussão séria no país:

"A região tem uma cultura muito forte de armas de fogo. Por isso, as armas vão ficar lá. Um grande avanço seria a inclusão de mais armas no sistema de registo e esse é um debate nacional importante que o país tem vindo a adiar. A lei melhorou em muitos aspetos. Mas a aplicação da lei não é tão boa como deveria ser. O cumprimento está longe de ser o que deveria ser."

A herança da guerra nos anos 90 é parcialmente responsável pelo elevado número de armas no país. O país adotou uma nova lei de controlo de armas em 2016 e o número de armas registadas tem vindo a descer e é agora inferior a oitocentos mil.

Para Aaron Karp, as armas antigas não são propriamente um problema:

"As armas realmente perigosas são semiautomáticas. São armas modernas. As armas realmente antigas são a espingarda do avô. É perigosa, mas não pode ser usada para matar em massa. Não é adequada para o efeito. Se a lei e o registo, se as medidas de segurança conseguirem lidar com as armas modernas, isso é um grande avanço. (...) Esta é uma parte do mundo muito distinta. Há uma lição a tirar. Pode precisar de soluções distintas. E muitas das políticas que têm sido seguidas na Sérvia e nos países vizinhos têm sido políticas de controlo de armas muito padronizadas a nível europeu. Talvez seja necessário algo diferente".

A discussão está lançada, infelizmente pelos piores motivos.

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