O grupo Wagner semeia o terror na Ucrânia e noutors pontos do globo. A França quer que a UE o inclua na sua lista de organizações terroristas.
A Assembleia Nacional francesa adoptou uma resolução que apela à União Europeia para que classifique os mercenários russos do grupo Wagner como um "grupo terrorista".
A resolução, que não é vinculativa, foi aprovada com o apoio unânime de todo o espetro político francês.
"Onde quer que trabalhem, os membros do Wagner espalham a instabilidade e a violência", afirmou o deputado francês Benjamin Haddad, autor da proposta. "Matam e torturam. Massacram e pilham. Intimidam e manipulam com quase total impunidade", acrescentou.
Haddad diz esperar que a resolução encoraje os 27 Estados-membros da UE a incluir o Wagner na sua lista oficial de organizações terroristas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy agradeceu aos deputados franceses pela adopção da resolução.
"Agradecimentos especiais ao parlamento francês pela decisão de hoje de reconhecer o grupo pseudo-privado russo Wagner como uma organização terrorista. Isto é algo que deve ser adoptado por todo o mundo - todas as manifestações de terrorismo devem ser destruídas e todos os terroristas devem ser condenados".
A tendência não é nova. A Grã-Bretanha já está a preparar-se para classificar formalmente o grupo Wagner, como uma organização terrorista, para aumentar a pressão sobre a Rússia, segundo noticiou a imprensa britânica na terça-feira.
A 6 de fevereiro, o parlamento ucraniano reconheceu o grupo Wagner como uma organização criminosa internacional e apelou aos governos estrangeiros para que fizessem o mesmo.
O Departamento do Tesouro dos EUA designou os mercenários do grupo Wagner como uma "importante organização criminosa transnacional" e impôs sanções à sua rede de apoio em todo o mundo a 26 de janeiro.
A 25 de fevereiro, o Conselho Europeu sancionou mais 11 pessoas e 7 entidades ligadas ao crime do Wagner, tanto no continente africano como na Ucrânia.
O fundador do Wagner, Yevgeny Prigozhin, e os membros mais próximos da sua família, já foram sujeitos a sanções financeiras por vários países, incluindo os EUA e a Ucrânia em 2022 e o Reino Unido em 2020.
O líder do Wagner, o grupo que tem semeado o terror na Ucrânia e está a combater em Bakhmut, começa a ficar numa situação delicada. Sem munições para o combate e depois de insultar todas as chefias militares russas, ameaçou retirar-se da frente de batalha, tendo recebido o aviso de que "se abandonar o campo de batalha será considerado traidor".