Manifestantes reuniram-se à porta do Consulado de Espanha em São Paulo para denunciarem os insultos racistas dirigidos contra o avançado do Real Madrid, Vinicius Junior
Protestos às portas do consulado de Espanha em São Paulo para denunciar o racismo de que é alvo o avançado brasileiro Vinicius Junior na Liga espanhola.
O craque ao serviço do Real Madrid é alvo frequente de insultos e provocações por ser negro nos estádios de equipas rivais. O problema, denunciado no Brasil, vai além do futebol.
"O Estado espanhol tem traços muito fortes de extrema-direita neofascista que é contra a política de imigração. Então o que a La Liga reflete é o que a população negra vive naquele país, por isso o Vini (Vinicius Jr, Ed.) é muito corajoso em denunciar a violência racial", afirmaSimone Nascimento, membro do Movimento Negro Unido.
As autoridades espanholas estão a tentar mostrar que o que Vinicius sofreu no jogo contra o Valência, no passado domingo, não ficará impune.
Três pessoas foram detidas por insultos racistas e quatro outras por terem pendurado numa ponte, em Janeiro, um boneco com a camisola do jogador.
Após o jogo, Vinicius denunciou o racismo na La Liga, mas o problema estende-se para além de Espanha e do futebol.
"Obviamente, nunca estive num estádio de futebol onde milhares de pessoas gritavam "macaco!", mas no dia-a-dia, com coisas que talvez não fossem tão agressivas como esta, já me senti mal. Por isso, sei o que ele estava a passar", afirma o jornalista e escritor cubano, Abraham Jiménez Enoa.
O Real Madrid cerrou fileiras para proteger o seu jogador.
O Valência foi sancionado com o encerramento parcial do seu estádio durante cinco jogos.
A Liga reconhece igualmente que tem um problema grave (de racismo, Ed.).