Suspeito do ataque em Annecy foi acusado de tentativa de homicídio

Flores deixadas no local onde quatro crianças e dois adultos foram atacados com arma branca, em Annecy, França.
Flores deixadas no local onde quatro crianças e dois adultos foram atacados com arma branca, em Annecy, França. Direitos de autor Laurent Cipriani/AP
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O autor do ataque com arma branca em Annecy é um cidadão sírio com residência na Suécia e foi considerado pelos psicólgos apto para enfrentar o processo judicial.

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A justiça francesa acusou preliminarmente de tentativa de homicídioo homem suspeito de ter esfaqueado quatro crianças e dois adultos num parque da cidade de Annecy, nos Alpes franceses.

A procuradora principal, Line Bonnet-Mathis, disse numa conferência de imprensa este sábado que o homem foi apresentado aos juízes de instrução na cidade de Annecy, e foi acusado de tentativa de homicídio e resistência armada, encontrando-se sob custódia enquanto se aguarda a continuação da investigação.

Lise Bonnet-Mathis afirmou: "O Ministério Público de Annecy abriu hoje um inquérito judicial sobre as acusações de "tentativa de homicídio" e "rebelião com arma". Dois juízes de instrução do Tribunal Judicial de Annecy foram afetados a este caso. O Ministério Público pediu a sua prisão preventiva e esta manhã foi apresentado a dois juízes de instrução que o acusaram destes crimes. Ele não quis falar com os juízes".

O suspeito é um refugiado sírio de 31 anos, com residência permanente na Suécia, que tem uma filha de 3 anos e uma mulher a viver na Suécia. O seu nome não foi divulgado.

Foi examinado por psiquiatras que o consideraram apto a enfrentar acusações, disse a procuradora, que afirmou também que o motivo do ataque selvagem continua por esclarecer, mas que não parece estar relacionado com o terrorismo.

Testemunhas disseram ter ouvido o agressor mencionar a filha, a mulher e Jesus Cristo, segundo a procuradora, que disse que o agressor tinha consigo objetos cristãos no momento do ataque.

Segundo a procuradora, as vítimas já não correm risco de vida. As crianças, com idades compreendidas entre os 22 meses e os 3 anos, continuam hospitalizadas.

As seis vítimas eram provenientes de quatro países diferentes: França, Reino Unido, Países Baixos e Portugal.

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou as vítimas e suas famílias, socorristas e testemunhas na sexta-feira.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal disse, em comunicado, que o adulto é português e "está agora fora de perigo". Foi ferido "ao tentar impedir que o agressor fugisse da polícia"

O segundo adulto ferido teve alta de um hospital com o cotovelo esquerdo enfaixado.

O peregrino, Henri, de 24 anos, que está a fazer uma viagem de nove meses a pé e à boleia pelas catedrais de França, disse que estava a caminho de outra abadia quando o horror se desenrolou à sua frente. O agressor atacou-o, mas Henri manteve-se firme e usou uma mochila pesada que transportava para o atingir.

O pai de Henri disse: "O meu filho contou-me que o sírio era incoerente, dizia muitas coisas estranhas em diferentes línguas, invocava o pai, a mãe, todos os deuses".

O perfil do suspeito alimentou novas críticas dos políticos de extrema-direita e conservadores sobre as políticas migratórias francesas. Mas as autoridades observaram que o suspeito entrou legalmente em França, porque tem estatuto de residente permanente na Suécia. A Suécia e a França são ambas membros da UE e da zona europeia de livre circulação.

O suspeito pediu asilo em França no ano passado e foi-lhe recusado alguns dias antes do ataque, com o argumento de que já tinha obtido asilo na Suécia em 2013, disse o ministro do Interior francês.

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