Ex-presidente dos Estados Unidos declara-se inocente, incluindo das violações da Lei de Espionagem, acusa detratores como Joe Biden e inicia recolha de 2 milhões de dólares
O apoio patriótico a Donald Trump continua mesmo após o ex-Presidente ter feito história ao apresentar-se em tribunal, na Florida, para responder a 37 acusações federais, incluindo 31 violações da lei de de Espionagem. De todas se disse inocente.
Numa primeira reação às acusações de que foi alvo, ainda em Miami, num restaurante cubano, perante alguns apoiantes, Trump considerou este novo processo judicial que enfrenta "uma fraude".
"Temos um país fraudulento. Temos um país corrupto. Temos um país que não tem fronteiras. Temos um país que só tem problemas", afirmou nesta primeira reação.
Horas depois, num discurso a outro grupo de apoiantes que o esperavam na respetiva estância de golfe, em New Jersey, Trump, que celebra esta quarta-feira 77 anos, considerou as acusações “corruptas” e denunciou o que diz ser uma “perseguição política” para o destruir por parte do atual Presidente Joe Biden e do Departamento da Justiça.
“Acabei de ser acusado. É um excelente aniversário”, ironizou o ex-presidente e recandidato assumido às presidenciais americanas do próximo ano.
"Assistimos hoje (terça-feira, 13 de junho) ao mais perverso e hediondo abuso de poder da história do nosso país. É muito triste assistir ao facto de um presidente em exercício corrupto ter mandado prender o seu principal opositor político com base em acusações falsas e forjadas, das quais ele e muitos outros presidentes seriam culpados. E isto mesmo no meio de uma eleição presidencial, na qual está a perder muito", contra-atacou Trump.
O antecessor de Joe Biden na Casa Branca assegura que os documentos confiscados na sua casa não eram classificados, mas apenas propriedade pessoal benigna.
O discurso aos apoiantes, em New Jersey, parte defesa legal, parte campanha eleitoral, foi seguido por um evento à porta fechada de recolha de fundos. O primeiro, diz-se, desta nova campanha presidencial.
A equipa "Trump 2024" pretendia angariar cerca de dois milhões de dólares.
Para se lançar à reconquista da Casa Branca, o ex-presidente ainda terá, no entanto, de ultrapassar as primárias republicanas, onde vai ter a oposição de alguns antigos colaboradores na Casa Branca como a ex-embaixadora na ONU Nikki Haley ou o ex-vice-presidente Mike Pence além do governador da Florida Ron DeSAntis.
Nas sondagens, Trump continua destacado como grande favorito à nomeação republicana (53%), com mais do dobro das preferências de DeSantis (21%), o segundo, com Pence (5,5%) e Haley (4,2%) aparentemente muito longe do objetivo.