Vários diplomatas da embaixada russa na República da Moldávia deixaram o país na manhã de segunda-feira, após serem expulsos por "ações inamistosas".
O voo partiu com cerca de 100 pessoas a bordo. Entre elas encontravam-se diplomatas e pessoal técnico da embaixada russa, bem como os seus familiares. Outros partiram nos seus carros e noutros meios fretados.
Antes da partida, uma manifestação de apoio aos diplomatas expulsos teve lugar em frente à embaixada russa.
No final de julho, a Moldávia anunciou a expulsão de 45 diplomatas russos e de outros funcionários da embaixada, depois de ter sido noticiado que tinha sido instalado novo equipamento de vigilância no telhado da embaixada russa e num edifício vizinho utilizado pela Rússia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Moldávia declarou que a decisão foi tomada na sequência de "tensões e ações hostis em curso" e que o pessoal da embaixada e os diplomatas teriam de partir até 15 de agosto.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Moldávia, Nicu Popescu, declarou: "Durante muitos anos fomos objeto de ações e políticas hostis por parte da Rússia. Muitas delas foram realizadas através da embaixada".
A decisão irritou Moscovo. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmou que o "passo hostil da Moldávia não ficará sem resposta" e que implicará restrições aos serviços consulares e aos contactos dos moldavos com a Rússia, embora não tenha anunciado medidas específicas.
O embaixador russo em Chisinau, Oleg Vasnetsov, declarou, depois de ter sido convocado, que a decisão era "previsível" e que não tinha sido apresentada qualquer prova para apoiar as acusações.
Com uma população de apenas 2,6 milhões de habitantes, a Moldávia é uma das economias mais pobres da Europa e tem estado fortemente exposta à guerra na vizinha Ucrânia.
Enfrenta uma grave crise energética, uma vez que as suas infraestruturas elétricas remontam à era soviética. Não só a Rússia restringiu o seu abastecimento de gás, como os ataques à rede elétrica da Ucrânia provocaram cortes esporádicos de energia na Moldávia. A invasão provocou também um afluxo de refugiados ucranianos, o que colocou sob pressão os serviços públicos do país.
A Rússia apoia os separatistas que controlam um território separatista na Moldávia - a Transnístria - num conflito que se arrasta desde a década de 1990.