Os checos compram cada vez mais produtos alimentares básicos e outros bens nos países vizinhos.
A inflação e os preços cada vez mais altos levaram os checos a fazer compras no estrangeiro, especialmente na Polónia. Neste país, os preços nas lojas são até 30% mais baratos, não só no que se refere a alimentos, fruta e legumes, mas também a produtos caros como vestuário, eletrónica e até mobiliário.
A elevada inflação na Chéquia foi causada pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, que subiram os preços da energia a valores astronómicos. Embora a inflação tenha baixado de quase 30% para 14,3%, continua a ser uma das mais elevadas dos países da OCDE. Os comerciantes também aumentaram as suas margens.
“A inflação tem sido muito elevada, mas o que também é muito preocupante para os checos é que o crescimento dos salários não tem sido suficientemente elevado para compensar a inflação”, sublinha o economistaVit Hradil.
O banco Ceska Sporitelna detém um quarto do mercado bancário checo e calculou quanto o Estado perderá em impostos este ano, com base nas compras com cartões na Polónia, se as perdas no estrangeiro atingirem os 17 mil milhões de coroas estimados.
"Pode presumir-se que, se as perdas na Polónia continuarem a este ritmo, o Estado checo perderá cerca de 3 mil milhões de coroas checas em pagamentos de IVA este ano”, revela Filip Hruby, o porta-voz do banco.
A forte coroa checa também contribui para tornar as compras mais convenientes, razão pela qual os checos compram cada vez mais produtos alimentares básicos e outros bens nos países vizinhos, como a Alemanha, a Áustria e a Eslováquia.