Contaminação da água pode agravar situação humanitária na Líbia

Autoridades líbias mandaram evacuar Derna para tentar conter epidemias
Autoridades líbias mandaram evacuar Derna para tentar conter epidemias Direitos de autor ABDULLAH DOMA/AFP
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De  Euronews com Agências
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Crise sanitária pode agravar ainda mais a tragédia provocada pelas inundações. Contaminação da água e falta de bens essenciais entre as principais preocupações

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Crescem os receios sobre a evolução da situação social e sanitária na Líbia. Autoridades locais e organizações internacionais alertam para a possibilidade de epidemias. Há mais de 11 mil mortos confirmados e 10 mil pessoas ainda desaparecidas na cidade de Derna, a mais afetada pelas cheias.

Á água que provocou a destruição pode ser fonte de ainda mais problemas. 

"Existe o risco de contrair uma doença transmitida pela água quando há água estagnada, mas esse risco não é causado pelos cadáveres que podem estar nas ruas, não há risco de contaminação pelos cadáveres, mas podem surgir outras doenças, como a cólera," avisa Yann Fridez, chefe da delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha na Líbia.

Milhares de habitantes de Derna saíram da cidade ainda antes da ordem da evacuação dada pelas autoridades por motivos de segurança.

A Organização Internacional para as Migrações regista que mais de 38.000 pessoas foram deslocadas no leste do país devido às inundações. 30.000 vieram de Derna.

As Nações Unidas consideram que é vital fornecer à população "abastecimentos vitais e evitar uma crise sanitária secundária".

Mas o país tem sido assolado por divisões regionais desde a queda do regime de Kadhafi, o que complica a coordenação da ajuda.

Duas administrações rivais disputam o poder: uma em Tripoli (oeste), reconhecida pela ONU e liderada pelo Primeiro-Ministro Abdelhamid Dbeibah, a outra no leste, filiada no campo do poderoso Marechal Khalifa Haftar.

As autoridades líbias anunciaram entretanto uma investigação sobre o colapso de duas barragens que causaram as inundações catastróficas em Derna. O Procurador-Geral da Líbia, al-Sediq al-Sour, disse que iria investigar as autoridades locais e os governos anteriores.

As barragens foram construídas no início e meados da década de 1970 por uma empresa da Jugoslávia, de acordo com os requisitos de segurança da época. O Presidente da Câmara já admitiu que as estruturas não foram objeto de manutenção adequada desde 2002.

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