Campo de gás de Groningen foi encerrado a 1 de outubro por razões de segurança

Campo de gás de Groningen, nos Países Baixos, encerrado a 1 de outubro de 2023
Campo de gás de Groningen, nos Países Baixos, encerrado a 1 de outubro de 2023 Direitos de autor AP Photo
De  Fernande van Tets
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Países Baixos encerram compo de gás de Groningen por causa dos terremotos, mas as populações continuam a lutar pelas compensações prometidas.

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Addie cresceu nesta casa, em Groningen. Mas por causa dos terremotos, já não é seguro viver aqui. Os terramotos são causados pela extração de gás do campo de gás de Groningen – o maior campo de gás em terra da Europa. 

Milhares de residentes têm lutado para obter uma compensação.

"Eles disseram que é preciso reforçar a casa e que farão isso. Disseram que iriam fazer isso há algum tempo atrás, mas todos os procedimentos demoram muito, são muito complicados e custam muito dinheiro – para que o dinheiro seja gasto nas casas, nas pessoas, tudo leva uma eternidade", conta Addie Dost, um dos moradores da região.

Os lucros do campo lançaram as bases para o estado de bem-estar social holandês.

Machiel Mulder, professor de Economia Energética na Rijksuniversiteit Groningen, confirma: "A descoberta do campo de gás de Groningen foi muito importante para a economia holandesa, permitiu-nos obter receitas anuais de cerca de 15 mil milhões de euros, no início, pelo que foi um enorme contributo para a economia holandesa, e o Estado holandês teve uma participação importante nestas receitas, cerca de 80% destas receitas foram para o estado e a sociedade holandeses".

O primeiro terramoto ocorreu em 1986. Em 2012, um terramoto de escala 3,6 causou enormes danos – e o sentimento público começou a mudar. Um inquérito parlamentar no início deste ano concluiu que o governo tinha dado demasiada importância à extração de gás. 

Este domingo, 1 de outubro, o campo de gás de Groningen foi encerrado. O primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, visitou os residentes afetados na última sexta-feira e declarou: "Sabemos que existe uma ligação direta entre os terremotos e a extração de gás. Felizmente, conseguimos prescindir do campo de gás de Groningen – por isso é crucial fechá-lo, para a segurança das pessoas"

No caso de um inverno excecionalmente frio – o campo poderá ser explorado uma última vez.

Terremotos vão continuar

"Esta instalação de gás atrás de mim – é uma das muitas que existem espalhadas pela zona rural de Groningen. O topo deste enorme campo de gás, está agora quase todo desmantelado. Os moradores daqui dizem que não foram tanto os terremotos em si que lhes causaram tais problemas, mas principalmente a resposta do governo depois. A torneira do gás pode estar fechada, mas os terramotos continuarão a assolar esta região durante muitos anos", refere a repórter da Euronews no local, Fernande van Tets .

Quando o campo de gás de Groningen foi descoberto, em 1959, foi uma bênção para o Estado holandês. O gás gerou uma receita enorme, mas a partir da década de 80 os terremotos começaram a atormentar os moradores. Em 2012 – um enorme terremoto serviu de alerta. Mais de 3.000 casas tiveram de ser demolidas devido aos danos do sismo. A partir de 2015, a produção de gás foi reduzida. Agora, o campo foi encerrado, mas a luta para que milhares de residentes sejam compensados continua.

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