Bombardeios e bloqueio, em particular a escassez de combustível, podem obrigar a agência das Nações Unidas para os Refugiados a interromper ajuda humanitária na Faixa de Gaza
Os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza já fizeram mais de 6500 mortos desde 7 de outubro, segundo as autoridades palestinianas. A ONU avisou que, entre as bombas e o bloqueio, em particular no fornecimento de combustível ao enclave palestiniano, poderá ver-se forçada em breve a reduzir drasticamente ou mesmo parar as operações de assistência humanitária no terreno.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de metade dos centros médicos e cerca de um terço dos hospitais da Faixa de Gaza deixaram de funcionar, por falta de água e combustível para os geradores.
De acordo com as autoridades locais, mais de 40 por cento das casas do enclave foram destruídas ou danificadas pelos bombardeamentos.
Abu Ibrahim Zaqut, deslocado palestiniano:"Tive de vir com nove membros da minha família em dois carros para procurar abrigo neste campo para fugir aos bombardeamentos, à destruição e à matança, e tive de ficar ao ar livre e no meio do calor durante 10 dias para conseguir uma tenda."
Hadeel Al-Najjar, deslocada palestiniana:"não queremos a guerra, queremos que ela acabe, estamos tão cansados, estamos literalmente sobrecarregados. Fazemos longas filas só para usar as casas de banho. Nem sequer temos direitos básicos. Somos mais como corpos sem vida."
As últimas estimativas apontam para 1,4 milhões de deslocados internos na Faixa de Gaza, com quase 600.000 em abrigos de emergência da agência das Nações Unidas para os Refugiados.