Telavive não comenta e mantém que a prioridade é derrotar o movimento palestiniano
Hamas anuncia estar mais perto de "um acordo de três anos" com as autoridades israelitas.
As conversações para a libertação dos reféns nas mãos do Hamas, em troca de uma trégua na Faixa de Gaza, terão progredido nas últimas horas.
O Qatar, o Egipto e os Estados Unidos (EUA) estão atualmente a trabalhar num acordo para tentar libertar os reféns raptados em Israel pelo Hamas em troca de uma trégua na Faixa de Gaza.
"O movimento (Hamas) deu a sua resposta aos irmãos do Qatar e aos mediadores. Estamos a aproximar-nos da conclusão de um acordo de tréguas", declarou na madrugada desta terça-feira o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, citado numa breve mensagem na conta do movimento palestiniano no Telegram.
Uma mensagem que vai ao encontro do que foi dito por John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
"O Presidente Biden e a sua equipa estão a fazer tudo o que podem para ajudar a libertar os reféns do Hamas, incluindo crianças pequenas e, claro, americanos que estão nesse grupo. Acreditamos que estamos mais perto do que alguma vez estivemos. Por isso, estamos esperançados. Mas ainda há trabalho a fazer e nada está concluido até que tudo esteja terminado," disse Kirby em conferência de imprensa.
Troca de reféns por prisioneiros
Fontes ligadas ao processo disseram à AFP, na terça-feira, que as conversações se centravam num acordo para a libertação de "50 a 100" reféns em troca da libertação de 300 prisioneiros palestinianos em Israel, incluindo crianças e mulheres.
A transferência seria feita por etapas, ao ritmo de "dez" reféns israelitas para "trinta" prisioneiros palestinianos por dia, e incluiria a entrada de alimentos, ajuda médica e combustível e, sobretudo, uma "trégua humanitária renovável de cinco dias".
Publicamente, Israel não comenta os avanços nas negociações com o Hamas. Familiares de reféns foram recebidos pelo gabinete de guerra israelita e Telavive terá declarado que a prioridade não é libertar os prisioneiros do Hamas, mas sim a derrotar o movimento palestiniano.
"Estamos a falar da vida das pessoas, por isso todos nós sentimos - especialmente porque estamos a falar das nossas famílias - que esta deve ser a prioridade máxima. Não significa nos devamos preocupar em derrubar o Hamas, de modo algum. Ninguém está a afirmar isso. Mas temos criticamos a forma como esta definição de prioridades é feita," diz Udi Goren, familiar de um dos reféns.
Ataque atinge hospital indonésio em Gaza
As últimas horas foram marcadas pela transferência de duas centenas de pacientes para o hospital al-Nasser, no sul da Faixa de Gaza, vindos de uma unidade de saúde atacada pelas autoridades israelitas. No bombardeamento terão morrido pelo menos mais 12 pessoas.
Terá sido um dos 250 alvos que as tropas de Israel dizem ter atingido no último dia. Um vídeo divulgado pelas autoridades de Telavive mostra operações militares no terreno, incluindo numa mesquita que dizem ser fachada para uma "fábrica de armas".
Um porta-voz do governo palestiniano do HAMAS, revelou que o balanço de mortos já ultrapassou a fasquia dos 13 mil, incluindo mais de 5.500 crianças.