Centenas morreram na rota dos Balcãs... e nunca ninguém soube o nome deles

Migrantes dormem num edifício abandonado na Bósnia-Herzegovina
Migrantes dormem num edifício abandonado na Bósnia-Herzegovina Direitos de autor Amel Emric/AP
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Nesta reportagem da Euronews Sérvia, vemos o drama dos migrantes desconhecidos que morrem ao atravessar a rota dos Balcãs e falamos com as ONG que tentam identificá-los.

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Muitos migrantes na rota dos Balcãs perdem a vida nos rios. O Drina, entre a Sérvia e a Bósnia-Herzegovina, é rápido e é mortal. Aqui, perto da cidade de Loznica, no lado sérvio da fronteira, rodeado por uma densa floresta, o Drina é um obstáculo para os migrantes que tentam atravessar em busca de uma vida melhor.

Milica Švabić é advogada da ONG KlikAktiv e conta: "O problema é que não sabemos quem está a ser enterrado. Todas as campas estão marcadas como pessoas desconhecidas e apenas o ano da morte é indicado. Por isso, muitas vezes não sabemos quem está a ser enterrado".

Não se sabe quantos migrantes se afogaram no Drina. Tal como nem sequer se sabe quantos deles morreram na Sérvia ou em todos os Balcãs. As instituições não mantêm registos oficiais. No cemitério de Loznica, há 12 campas idênticas. A única fonte de informação é a base de dados online 4D, gerida por ativistas.

"Consigo imaginar quantas pessoas morrem e ninguém sabe delas", diz Vojin Ivkov, realizador de documentários. "Refiro-me àqueles invernos em que caminham e atravessam estes rios poderosos. Alguém adormece e os outros continuam a andar. O corpo fica lá. Vamos encontrar esses corpos nas florestas à volta das fronteiras daqui a dez anos", acrescenta.

As mortes de migrantes na rota dos Balcãs são registadas nesta base de dados. Foram registadas 400 mortes desde 2015.

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