Apoio à Ucrânia em risco no último Conselho Europeu de 2023

O primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán promete travar as negociações sobre a adesão da Ucrânia à UE
O primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán promete travar as negociações sobre a adesão da Ucrânia à UE Direitos de autor AP Photo
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Ucrânia aguarda luz verde do Conselho Europeu para as negociações de adesão à União Europeia. Orbán promete ser entrave às discussões para um alargamento. Apoio financeiro a Kiev também está em causa.

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As expectativas para o último Conselho Europeu deste ano, que se realiza esta quinta e sexta-feira em Bruxelas, são baixas, estando em risco a tentativa de abertura de negociações formais de adesão da Ucrânia à União Europeia.

Josep Borrell, alto representante da União Europeia para a política externa, está confiante que "a unidade" da União Europeia não será quebrada no que diz respeito ao apoio a Kiev.

Contudo, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, já anunciou o seu veto à possibilidade de um alargamento da UE, uma questão que exige a unanimidade dos Estados-membros.

Nesta cimeira europeia está também em cima da mesa a possibilidade de abrir negociações para a adesão da Moldávia e da Bósnia-Herzegovina, bem como a aprovação de um pacote de 50 mil milhões de euros para financiar Kiev nos próximos quatro anos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dimitro Kuleba, já veio sublinhar que a Hungria não tem motivos para se opor à abertura de negociações de adesão com Kiev porque o seu país cumpre os requisitos exigidos por Bruxelas. 

"Não quero imaginar, nem quero falar sobre as consequências devastadoras que ocorrerão se o Conselho Europeu não tomar essa decisão, não apenas sobre a Ucrânia, mas num sentido mais amplo sobre a questão do alargamento como um todo", referiu Dimitro Kuleba.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, teve oportunidade de abordar o tema com o primeiro-ministro húngaro em Buenos Aires este domingo, à margem da cerimónia de investidura do presidente da Argentina, Javier Milei.

Viktor Orbán, principal aliado da Rússia na UE, também enviou na semana passada uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a pressionar os líderes europeus para não discutirem o alargamento à Ucrânia ou a ajuda financeira de 50 mil milhões de euros a Kiev na reunião desta semana em Bruxelas.

No que toca à Ucrânia, que obteve em meados de 2022 estatuto oficial de país candidato à UE, o que se esperava era que tivesse, até ao final do ano, luz verde para iniciar as  negociações formais de adesão. As negociações formais visam preparar um país candidato em termos de adaptação à legislação e de aplicação das necessárias reformas judiciais, administrativas e económicas.

No início de novembro, a Comissão Europeia recomendou aos 27 chefes de Estado e de governo da União Europeia que aprovassem a abertura das negociações para a adesão da Ucrânia neste Conselho Europeu, de 14 e 15 de dezembro, depois de constatar os progressos do Governo de Kiev na execução das sete reformas exigidas por Bruxelas para o avanço da candidatura.

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