Galiza luta contra desastre ambiental

Pequenas bolas de plástico encontradas na costa da Galiza
Pequenas bolas de plástico encontradas na costa da Galiza Direitos de autor Palomeque
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De  Jaime Velázquez
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As praias do Noroeste de Espanha estão cheias de pequenas esferas de plástico. Guarda Costeira e voluntários tentam evitar uma "maré branca" de poluição.

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O navio patrulha Punta Roncadeira está atracado na ria de Arousa. Procura os restos das 25 toneladas de pellets (pequenas bola de plástico) que caíram no inicio de dezembro de um cargueiro e que há semanas chegam às costas da Galiza e do Mar Cantábrico.

A guarda costeira galega procura sacos que ainda não se tenham rompido, para os recuperar antes cheguem às praias. Mas encontrar sacos deste tamanho no mar é uma tarefa muito difícil.

"Um saco é pequeno em tamanho. Se houver uma ondulação, o mar pode deslocá-lo um pouco. Por isso é mais complicado de ver", explica José Gómez, capitão da Guarda Costeira da Galiza.

Nas praias, continua a recolha dos microplásticos plásticos. Esta descarga de pellets faz parte de uma maré muito maior e silenciosa de milhões de plásticos que vão parar ao mar todos os anos.

Só na Europa, mais de 165 mil toneladas de pellets são perdidas no ambiente todos os anos durante o processo de fabrico e transporte. A cada segundo, mais de 200 quilos de plástico são despejados nos oceanos e mares.

Há vários anos que o Instituto Espanhol de Oceanografia de Vigo investiga a presença de microplásticos e o seu impacto no ambiente marinho. Desde a morte por ingestão, até ao envenenamento por produtos químicos ou ao seu papel como portador de vírus, bactérias e substâncias nocivas que aderem ao plástico.

"O problema é a quantidade de plásticos e microplásticos que temos no ambiente. Esperamos que este derrame sirva de alerta para os plásticos que existem no nosso ambiente", afirma Lucía Viñas, investigadora do Instituto Espanhol de Oceanografia.

Os técnicos do Governo Regional da Galiza recolheram amostras de peixes nas zonas afetadas e não detetaram a presença de microplásticos.

"Se tivéssemos encontrado partículas ou pellets deste tipo nas amostras de controlo,  seriam tomadas medidas, incluindo a restrição da comercialização, uma vez que o principal objetivo é a segurança alimentar", revela Pedro Gandarillas, Chefe de Inspeção e Controlo de Recursos da Guarda Costeira da Galiza.

Em outubro, a Comissão Europeia apresentou um projeto para reduzir em 74% a descarga de pellets no ambiente. Mas os microplásticos que já estão no mar vão continuar a dar à costa durante décadas.

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