Líder do PS focado no combate aos populistas, mas sem lista para Bruxelas

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, teve a primeira reunião com a bancada de centro-esquerda no Parlamento Europeu
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, teve a primeira reunião com a bancada de centro-esquerda no Parlamento Europeu Direitos de autor Armando Franca/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Isabel Marques da Silva
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Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, deslocou-se a Bruxelas para várias reuniões a fim de debater "uma visão sobre a Europa e sobre os desafios que nós temos pela frente". O combate à extrema-direita em Portugal, ideologia que está em crescimento em muitos países da UE, é uma das prioridades.

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"Para nós, socialistas, o aprofundamento do projeto europeu é uma grande preocupação, com o avanço de forças populistas, racistas e adversárias do projeto europeu que têm ganho terreno em vários países europeus e, infelizmente, também em Portugal", disse o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, aos jornalistas, após a sua primeira reunião com a bancada de centro-esquerda (Socialistas e Democratas), no Parlamento Europeu, quarta-feira, em Bruxelas.

Ladeado por Iratxe Garcia, a eurodeputada espanhola que é lider da bancada, o líder socialista sublinhou que o seu principal adversário para as eleições legislativas em Portugal, a 10 de março, é a  coligação de centro-dieita (AD); mas que é preciso dar muito combate ao Chega, partido de extrema-direita que as sondagens prevêm que se consagre como terceira força política.

"Para nós, é muito claro: quando se trata da extrema-direita, não significa não. Nada de coligações, nada de acordos parlamentares, nada de negócios ocultos nos bastidores", disse Pedro Nuno Santos, em alusão a possível entrada do Chega em governos de centro-direita.

O líder socialista reiterou que o PS é o melhor garante de estabilidade e que deu provas de que à "austeridade" (do governo do PSD) respondeu com "solidariedade" na resolução dos problemas do país, desde 2015, recusando qualquer solução de bloco central após as eleições.

O que fez a diferença no quadro europeu foram primeiros-ministros socialistas, foram comissários socialistas.
Pedro Nuno Santos
Líder do PS, Portugal

"Nós temos um projeto político que é muito diferente daquele do PSD. Temos visões da sociedade que são muito diferentes e elas não são compatíveis", afirmou.

Pedro Nuno Santos aplicou a mesma lógica no plano da União: "O que fez a diferença no quadro europeu foram primeiros-ministros socialistas, foram comissários socialistas e os socialistas e democratas no Parlamento Europeu. Foi isso que permitiu fazer a diferença e trazer uma nova visão da Europa face às crises económicas e financeiras".

Listas para Parlamento Europeu por fazer

Apesar de reconhecer que muitos partidos de outros Estados-membros da União Europeia já fecharam as listas de candidatos para as eleições europeias, de 6 a 9 de junho, o líder do PS só o fará após o desfecho eleitoral em Portugal. 

Portugal tem 21 eurodeputados, sendo o PS o mais representado com nove eleitos, seguido do PSD com seis. 

Há uma grande admiração, um grande respeito e uma grande consideração por António Costa.
Pedro Nuno Santos
Líder do PS, Portugal

Questionado pelos jornalistas sobre se o atual primeiro-ministro, António Costa, poderia encabeçar a lista e ter um eventual papel de relevo em Bruxelas, como presidente do Conselho Europeu (que reúne chefes de Estado e de governo da UE), o secretário-geral do PS disse que Costa "será aquilo que desejar".

"Aquilo que eu vou sentindo nos contactos que vou fazendo é de que há uma grande admiração, um grande respeito e uma grande consideração por António Costa", acrescentou, sendo que almoçará com o chefe de governo em funções, quinta-feira, em Bruxelas, por ocasião da cimeira extraordinária da UE. 

Sobre o facto do candidato principal a apresentar pelo Partido Socialista Europeu (PSE) às eleições europeias - para liderar uma das instituições da UE-  ser Nicolas Schmit, comissário europeu para o Emprego e Assuntos Sociais (nacional do Luxemburgo), Pedro Nuno Santos elogiou a escolha, mas realçou que as eleições não "se fazem com um homem só, mas com homens e mulheres em todos os países".

Iratxe Garcia acrescentou que o congresso do PSE, em Roma, a 1 de março, aclamará não só Schmit, mas apresentará as linhas do manifesto eleitoral, fortemente centrado "nas questões sociais, tais como o salário mínimo e os direitos dos trabalhadores". 

"Vamos fazer uma campanha eleitoral que fala das soluções para os problemas das pessoas e quem melhor do que ele para a encarnar, face às provas que deu na sua pasta como comissário?", afirmou a líder dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu.

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