Esta é a primeira visita do chefe da diplomacia da UE a Kiev desde a aprovação do pacote de ajuda de 50 mil milhões de euros.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, foi à Ucrânia testemunhar as ações onde estão a ser aplicados os fundos europeus. Esta é a primeira visita de Borrell a Kiev desde que foi aprovado o desbloqueio de 50 mil milhões de euros em ajuda ao país em guerra com a Rússia há quase dois anos.
Esta terça-feira, assistiu a uma ação de formação de polícias que vão atuar nas zonas reconquistadas à Rússia, na qual a União Europeia participa.
Disse Borrell: "Penso que vamos formar 150 polícias, numa primeira fase, e depois trazer mais. Todas as forças de segurança da Ucrânia terão formação adequada para enfrentar algo que é muito mais difícil do que o esperado - retomar o controlo do território, restaurar a vida, apoiar a população e fazer com que as instituições públicas voltem a funcionar".
Nesta visita, Borrell está a ser acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho. No encontro que manteve com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, o chefe da diplomacia portuguesa reiterou a disponibilidade de Portugal para formar pilotos ucranianos de caças F-16.
Ataque mortífero em Zolochiv
Em Zolochiv, uma aldeia a cerca de 40 quilómetros de Kharkiv, a queda de dois mísseis S-300 russos matou um bebé de dois meses e deixou a mãe gravemente ferida. Duas outras mulheres ficaram feridas neste ataque. Um dos mísseis destruiu um hotel de três andares e o outro caiu numa loja.
Diretor da AIEA visita Zaporíjia
Quase dois anos depois do início da guerra, o estado da central nuclear de Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa, agora controlada pelos russos, é motivo de preocupação.
O diretor da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, está na Ucrânia para uma visita à central. Os seis reatores estão desligados há meses, mas a central continua a precisar de energia e de funcionários qualificados para operar os sistemas de arrefecimento cruciais e outros dispositivos de segurança, sendo que o pessoal foi fortemente reduzido, de 12 mil para entre duas e três mil pessoas. A central continua a albergar grandes quantidades de combustível nuclear.
Grossi diz que a situação é estável, mas muito delicada. Há minas antipessoais dentro do perímetro da central, mas que não colocam em risco a segurança, segundo ele.
Ao longo destes dois anos de guerra, as instalações de Zaporíjia estiveram várias vezes no meio de fogo cruzado entre as forças ucranianas e russas.