Governo de Orbán rejeita encontro com senadores dos EUA em Budapeste

Senadores norte-americanos na embaixada dos Estados Unidos em Budapeste
Senadores norte-americanos na embaixada dos Estados Unidos em Budapeste Direitos de autor Denes Erdos/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
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Senadores americanos consideram estranha a atitude do executivo de Viktor Orbán, mas acreditam que a proposta de adesão da Suécia à NATO acabará por por ser submetida para ratificação ao parlamento húngaro. Hungria é o único membro da aliança atlântica que ainda não deu luz verde ao processo.

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Uma delegação bipartidária de senadores norte-americanos fez uma visita oficial a Budapeste no domingo para discutir a proposta de adesão da Suécia à NATO, mas nenhum membro do governo da Hungria nem do partido do primeiro-ministro Viktor Orbán respondeu ao pedido oficial para um encontro na capital do país. 

Na comitiva estavam Thom Tillis, republicano da Carolina do Norte, Jeanne Shaheen, democrata do New Hampshire, e ainda Chris Murphy, democrata do Connecticut.

Os senadores anunciaram, numa conferência de imprensa na embaixada dos Estados Unidos na capital húngara, que iriam apresentar uma resolução conjunta ao Congresso para condenar o que dizem ser o retrocesso democrático na Hungria e instar o governo de Viktor Orbán a levantar o seu bloqueio à integração da Suécia na aliança atlântica.

A resolução, da autoria de Tillis e Shaheen, refere que a Hungria "não se juntou a todos os outros Estados-Membros para aprovar a adesão da Suécia à NATO, falhando o compromisso de não ser o último a aprovar essa adesão, e pondo em risco a segurança transatlântica num momento-chave para a paz e estabilidade na Europa".

"Com a adesão, a Hungria e o seu primeiro-ministro estarão a prestar um grande serviço às nações que amam a liberdade em todo o mundo", declarou Tillis.

Shaheen, por sua vez, disse que era "dececionante" que nenhum membro do governo húngaro tivesse aceitado o convite para se encontrar com a delegação norte-americana, manifestando-se, porém, "esperançosa e otimista" de que a adesão da Suécia será submetida para ratificação quando o parlamento húngaro voltar a reunir-se no dia 26 de fevereiro. 

Durante o  discurso do Estado da Nação, este sábado em Budapeste, Orbán já tinha admitido aos seus apoiantes que, na sessão de primavera, poderá ser ratificada a adesão da Suécia à NATO, tendo adiantando que ele e o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, tomaram medidas para "reconstruir a confiança" entre os dois países. 

Quanto ao senador Murphy, referiu que a recusa do governo de Orbán em reunir-se com a comitiva dos Estados Unidos era "estranha e preocupante", mas que o ónus da votação recaía sobre o líder húngaro.

"Somos suficientemente conhecedores em matéria de política para sabermos que, se o primeiro-ministro Orbán quiser que isto aconteça, o parlamento pode avançar", afirmou Murphy. 

A Hungria é o único membro da NATO que ainda não ratificou a candidatura da Suécia, sendo que a admissão de um novo país na aliança militar exige uma aprovação unânime.

O governo húngaro já adiou a decisão durante mais de 18 meses. Numa mudança histórica da sua política de defesa, a Suécia pediu a adesão à NATO em maio de 2022, pouco mais de dois meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

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