Atualmente, entram em Gaza cerca de 62 camiões de ajuda alimentar por dia, o que é significativamente menos do que os 200 que Israel permite.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou um documento que define os princípios para a gestão de Gaza, num cenário pós-guerra. O documento foi apresentado ao gabinete de segurança, na quinta-feira à noite, e apela ao afastamento da governação afiliada ao Hamas.
Entretanto, a ajuda humanitária a Gaza está a ser interrompida devido aos ataques israelitas contra membros das forças de segurança do Hamas, segundo o coordenador humanitário da ONU, James McGoldrick.
De acordo com as agências internacionais, os oficiais do Hamas, que deveriam guardar os comboios na Faixa de Gaza, retiraram-se da passagem de Rafah devido aos ataques, estando agora os condutores de camiõe, que transportam ajuda humanitária a ser roubados e até alvejados.
Segundo o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, apenas entram em Gaza cerca de 62 camiões por dia. Isto é significativamente menos do que os 200 que Israel permite, o que representa apenas 12% dos 500 camiões necessários diariamente, de acordo com as agências humanitárias.
A Organização Mundial de Saúde referiu ainda que, devido à falta de meios e de bens de primeira necessidade, Gaza pode assistir a “mais mortes em resultado de doenças infeciosas”.
Relatório sobre agressões sexuais contra israelitas foi publicado
Ao mesmo tempo, enquanto o Tribunal Internacional de Justiça prossegue as suas audiências e mais países apresentam queixas contra as autoridades israelitas, a Associação dos Centros Israelitas de Crise de Violações publicou um relatório sobre as “sistemáticas e intencionais” agressões sexuais contra cidadãos israelitas, no ataque do Hamas de 7 de outubro. Os autores do relatório afirmam que a investigação se baseia em entrevistas confidenciais e públicas,com funcionários e socorristas, relatórios dos meios de comunicação social e "fontes confidenciais".
A ONU considera "credíveis" as alegações de agressão sexual por parte de soldados israelitas contra mulheres e raparigas palestinianas em Gaza e na Cisjordânia, segundo as agências internacionais. A organização revelou que dispõe de provas de pelo menos dois casos de vioação, bem como de outros casos de humilhação sexual e de ameaças de violação.
Perante este cenário, há uma ténue esperança de um possível cessar-fogo. O Ministério da Defesa de Israel concordou, na quinta-feira, em enviar uma delegação à nova ronda de negociações do acordo sobre os reféns, em Paris. O ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, afirmou que havia "primeiros sinais promissores de progresso" no acordo, enquanto os diplomatas americanos descreveram as conversações como "progressivas" e até "encorajadoras".