Luís Montenegro atingido com tinta verde por ativistas do clima

Montenegro ficou coberto de tinta e teve de abandonar ação de campanha na BTL
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De  Euronews
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O presidente do PSD e líder da AD foi surpreendido à chegada à Bolsa de Turismo de Lisboa, onde se encontrava para uma ação de campanha, por um jovem ativista que lhe atirou com tinta verde. Partidos condenam protesto, Montenegro vai apresentar queixa.

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O presidente do PSD, Luís Montenegro, foi atingido com tinta verde durante uma ação de campanha esta quarta-feira na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), no Parque das Nações.

O líder da Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM e concorre às eleições legislativas de 10 de março, foi surpreendido à chegada ao recinto da FIL – Feira Internacional de Lisboa por um jovem ativista que lhe despejou uma lata de tinta verde sobre a cabeça.

De acordo com a PSP, o ativista foi intercetado e detido pelas autoridades. Luís Montenegro também já disse que vai apresentar queixa.

"Pontaria não faltou ao jovem que me abordou. Queria apenas lamentar este episódio. Tenho todo o respeito pelas pessoas que se manifestam e que defendem as suas causas, mas se a ideia era transmitir-me a preocupação que todos devemos ter com as alterações climáticas, era mais fácil termos conversado e dialogado", reagiu o líder social-democrata momentos após o incidente, sublinhando que o programa eleitoral da AD "contempla várias medidas" em matéria climática.

Montenegro, ao contrário do líder do CDS, Nuno Melo, que falou em ato "cobarde", recusou-se a sugerir que há uma instrumentalização destes grupos de ativistas por parte de outras forças partidárias.

"Estou focado em dar respostas aos problemas das pessoas e contribuir para termos um mundo e um País sustentável e equilibrado. O meu Governo terá um Conselho de Ministros dedicado à transição climática e energética", escreveu já mais tarde na rede social X.

A ação de protesto foi reivindicada pelos ativistas do movimento 'Fim ao Fóssil' que argumentaram, em comunicado enviado às redações, que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática" e "nenhum programa político prevê como vamos fazer a transição justa nos prazos da ciência".

Queixa a caminho

Já durante a tarde, Luís Montenegro confirmou aos jornalistas que vai apresentar queixa contra o jovem que lhe atirou tinta verde.

"Vou formalizar ainda hoje essa queixa", afirmou numa ação de campanha na Costa da Caparica.

"Para ambientalista, o protesto não foi muito amigo do ambiente, obrigou-me a estar mais de uma hora debaixo de água só para tirar do corpo, e do cabelo sobretudo, os resquícios da tinta utilizada", brincou, dando nota de que tinha a "pele irritada no rosto e no pescoço" mas que este percalço não ia condicionar o resto da campanha.

Partidos condenam ação de protesto

Em campanha eleitoral em Leiria, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos,lamentou e condenou o protesto. "Condeno qualquer protesto em contexto de campanha democrática", afirmou, considerando que este género de ações não se deve repetir.

Inês Sousa Real também subscreveu a condenação, afirmando não ser "a forma mais correta de lutar contra as alterações climáticas". Em declarações aos jornalistas, a líder do PAN reconheceu a "insatisfação dos jovens" com as políticas no combate às alterações climáticas, defendendo ser importante "apostar na descarbonização" do país.

Por seu lado, Mariana Mortágua recorreu às redes sociais para criticar os ativistas climáticos, considerando o protesto "um ataque à liberdade na campanha eleitoral" e à "democracia". "Se os autores desta ação alegam uma causa justa, então são os piores defensores dessa causa", escreveu a coordenadora do Bloco de Esquerda na rede social X.

Numa publicação na mesma rede social, Rui Rocha considerou o ataque "inaceitável e contraproducente para as causas que dizem defender". "Quem usa formas de protesto que possam atentar à integridade física está a legitimar as forças mais extremistas da sociedade, contribuindo para atacar a democracia e a Liberdade", criticou o presidente da Iniciativa Liberal. 

André Ventura também classificou o ataque com tinta a Luís Montenegro como um "ato desprezível e de cobardia". "Isto não ajuda causa nenhuma, não representa de todo os jovens portugueses e merece condenação inequívoca", escreveu o líder do Chega na rede social X.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também se deslocou à FIL esta quarta-feira, procurou desvalorizar o incidente, considerando que este tipo de ação já perdeu eficácia. 

"Em democracia a manifestação é um direito que assiste a todos, a utilização de determinados meios quando é feita pela primeira vez é novidade, mas à décima quinta deixa de ser novidade, disse isso quando ela foi utilizada à quarta vez. A ideia é boa, o clima e os problemas climáticos são universais e este foi um apelo de jovens, mas a partir de determinada altura deixa de ser eficaz", declarou.

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