Sudão: 18 milhões enfrentam fome severa

Missão do Programa Alimentar Mundial no Sudão
Missão do Programa Alimentar Mundial no Sudão Direitos de autor AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Diretora-executiva do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas alerta que, se os combates não pararem, pode gerar-se a maior crise de fome do mundo.

PUBLICIDADE

A guerra no Sudão destruiu milhões de vidas e criou a maior crise de deslocados do mundo, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas.

Mas a fome pode vir a matar mais do que o conflito em si. O retrato é traçado por Cindy McCain, diretora-executiva do PAM.

Se os combates não terminarem, alerta McCain, pode gerar-se "a maior crise de fome do mundo".  

"Há vinte anos, Darfur foi a maior crise de fome do mundo e o mundo mobilizou-se para responder. Mas, atualmente, o povo do Sudão foi esquecido. Estão em jogo milhões de vidas, e a paz e a estabilidade de toda uma região", afirmou Cindy McCain no Sudão do Sul, onde se encontrou com famílias que fogem da violência e da fome galopante no Sudão.

Cerca de 18 milhões de pessoas em todo o Sudão enfrentam uma fome aguda.

Mais de 25 milhões de pessoas no Sudão, no Sudão do Sul e no Chade têm de lidar com insegurança alimentar. O PAM não consegue fazer chegar ajuda de emergência suficiente às comunidades desesperadas do Sudão, que se encontram encurraladas pelos combates, devido à violência incessante e à interferência das partes envolvidas no conflito.

Atualmente, 90% das pessoas que enfrentam níveis de fome de emergência no Sudão estão presas em zonas que são em grande parte inacessíveis à missão das Nações Unidas.

A situação agravou-se depois de terem sido revogadas as autorizações para a entrada de camiões na fronteira.

Cada vez mais pessoas fogem para o Sudão do Sul e para o Chade, e a resposta humanitária está num ponto de rutura

A Renk, no leste do Sudão do Sul, chegaram quase 600.000 pessoas nos últimos 10 meses, vindas do Sudão. As famílias chegam com fome e são confrontadas com mais fome.

Atualmente, o Sudão tem nove milhões de deslocados internos e 1,7 milhões de exilados, o maior número do mundo neste momento, tendo superado os sete milhões de sírios deslocados.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Cessar-fogo no Sudão após ataque que fez 17 mortos

ONU distribui alimentos a 600 mil pessoas no Sudão

Conflito no Sudão já provocou mais de 700 mil deslocados só no interior do país