Papa Francisco expressou "profundo pesar" pelos trabalhadores da ONG World Central Kitchen mortos após ataque áereo israelita e renovou apelo a um "imediato cessar-fogo" em Gaza. Comandante do exército de Israel diz que não houve intenção de fazer mal aos funcionários da ONG.
O Papa Francisco afirmou esta quarta-feira que se devem evitar "tentativas irresponsáveis de alargar o conflito" na Faixa de Gaza.
"Evitemos todas as tentativas irresponsáveis de alargar o conflito na região e trabalhemos para que, o mais rapidamente possível, terminem esta e outras guerras que continuam a levar a morte e o sofrimento a tantas partes do mundo.", frisou Francisco.
As declarações do chefe da Igreja Católica surgem um dia após sete funcionários da ONG World Central Kitchen terem sido mortos em dois carros identificados na sequência de um ataque aéreo israelita.
Durante a sua audiência geral, Francisco expressou "profundo pesar" pela morte dos voluntários, voltando a pedir "acesso à ajuda humanitária" para os "civis exaustos e em sofrimento" e a libertação imediata dos reféns israelitas.
O Sumo Pontífice renovou ainda o apelo a "um imediato cessar-fogo na Faixa de Gaza".
Exército israelita reconhece "erro grave"
O comandante do exército de Israel, Herzi Halevi, admite que o ataque aéreo que levou à morte dos trabalhadores da World Central Kitchen foi um "erro grave", assegurando que "não houve intenção de fazer mal" aos voluntários.
Num discurso divulgado na quarta-feira à noite, Halevi falou numa "falha de identificação".
"Foi um erro que se seguiu a uma falha de identificação - à noite, durante uma guerra, em condições muito complexas. Não devia ter acontecido", sublinhou.
"Consideramos muito importante a distribuição de ajuda humanitária e vamos continuar a trabalhar para facilitar este esforço vital", acrescentou.
O número de voluntários mortos na faixa de Gaza subiu para 196. "Inconcebível", como disse na quarta-feira o secretário-geral da ONU António Guterres.
O antigo primeiro-ministro israelita Ehud Olmert afirmou que a morte dos trabalhadores humanitários em Gaza foi um "erro".
Em declarações à Sky News, Olmert disse que o atual chefe do governo de Israel, Benjamin Netanyahu, "devia ser afastado imediatamente" e que o modo como ele tem gerido a guerra é "completamente escandaloso".
O chefe da diplomacia europeia Josep Borrell condenou o incidente e apelou a "uma investigação".