O fim do jejum do Ramadão foi celebrado um pouco por todo o mundo. Em Gaza, o cenário foi muito diferente.
Contra o pano de fundo da guerra, os muçulmanos em Gaza celebraram o Eid al-Fitr, marcando o fim do mês sagrado do Ramadão.
Nos acampamentos de deslocados, as crianças fizeram fila para pintar os rostos e receber as poucas lambarices disponíveis, uma vez que os bens alimentares essenciais e outras ajudas continuam a chegar em paraquedas ao território palestiniano ainda ocupado pelas forças israelitas.
No entanto, para muitos milhares que perderam familiares e entes queridos, esta não é uma altura de celebração.
"No Eid anterior eles vinham visitar-me, neste Eid eu vim visitá-los. Vim visitar o meu genro, a minha filha e o meu neto, uma família inteira, o que posso dizer, vim visitar uma família inteira de 11 pessoas aqui", lamenta uma muçulmana junto às campas dos familiares num cemitério em Gaza.
Na Europa o contraste não podia ser maior. Em grandes festejos na Alemanha e noutros países, os muçulmanos estavam conscientes da situação em Gaza.
"É claro que é mau o que está a acontecer em Gaza, e mesmo o que aconteceu antes. Mas, apesar disso, é uma festa, uma grande festa, em que as crianças esperam naturalmente que haja presentes, que haja celebrações. Mas no fundo do nosso coração e, claro no fundo da nossa mente, temos sempre estas imagens", diz um membro da Comunidade islâmica de Heine-Röhlinghausen, na Alemanha.
Em toda a Europa, e nas comunidades muçulmanas em todo o mundo, foram ouvidas orações pelo fim da guerra em Gaza que até agora fez cerca de 33.000 mortos.