Reino Unido deixa cair este ano regulação da União Europeia, segundo a qual uma bebida, para ser considerada vinho, tem de ter pelo menos 4.5% de álcool. Londres diz que responde à crescente procura por bebidas com reduzido teor alcoólico e alarga leque de escolha do consumidor.
A partir deste ano, o Reino Unido passará a descrever legalmente e a vender com a classificação de "vinho" as bebidas com baixo ou nenhum teor alcoólico.
Tal será possível porque o governo britânico deixa cair a regulação da União Europeia (UE), segundo a qual o rótulo de "vinho" (sem qualquer precisão ou acrescento) só pode ser dado a bebidas que tenham, no mínimo, 8.5% de teor alcoólico ou 4.5% para certas marcas de vinho que só podem ser produzidas em determinadas regiões.
As novas regras do mercado interno pós-Brexit, apresentadas em outubro de 2023, levantam a proibição da UE de misturar ou adoçar vinho, o que tem causado insatisfação entre os viticultores britânicos, que falam em confusão quanto à origem do produto.
"Penso que a rotulagem dos vinhos deve ser muito clara no que respeita à origem das uvas", afirma Tamara Roberts, diretora-executiva da Ridgeview Estate.
"Por isso, se foram importadas, deve ficar bem claro de que país são as uvas, não deve haver qualquer referência a Inglaterra ou Grã-Bretanha nos rótulos", acrescenta.
Abertura do mercado
O ministro britânico do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, Steve Barclay, nega que a mudança confunda os compradores.
"O anúncio de hoje tem a ver com a rotulagem do vinho produzido na Grã-Bretanha, tornando mais fácil para o consumidor comprar vinho britânico", afirma.
O governo de Londres defende que esta medida responde à crescente procura de alternativas com baixo teor de álcool e dá mais escolha aos consumidores.