Siljanovska-Davkova referiu-se ao seu país como "Macedónia", em vez do nome constitucional "Macedónia do Norte". Embaixadora da Grécia em Skopje abandonou a cerimónia de inauguração.
Gordana Siljanovska-Davkova tomou posse como a primeira mulher presidente da Macedónia do Norte no domingo e reacendeu imediatamente uma polémica diplomática com a vizinha Grécia.
Durante a cerimónia no Parlamento do país, Siljanovska-Davkova referiu-se ao seu país como "Macedónia", em vez do nome constitucional "Macedónia do Norte". A nova presidente é do partido VMRO, de direita, que rejeita o acordo de 2018 através do qual ficou proibido o uso do nome "Macedónia" para o país balcânico.
Este facto levou a embaixadora da Grécia em Skopje, Sophia Philippidou, a abandonar a cerimónia de inauguração.
Mais tarde, o Ministério dos Negócios Estrangeiros grego emitiu uma declaração em que afirmava que as ações da nova presidente violavam um acordo entre as duas nações e punham em perigo as relações bilaterais e as perspectivas de adesão da Macedónia do Norte à União Europeia.
Durate décadas, a Grécia acusou o seu vizinho do norte de se apropriar de um nome grego e da história do antigo reino grego da Macedónia, que existia séculos antes de os povos eslavos, como os atuais macedónios, terem chegado à região.
Litígio resolvido em 2018
O litígio de décadas foi resolvido em 2018, quando ambos os países assinaram um acordo e foi adotado o nome constitucional "Macedónia do Norte".
A Grécia retirou, assim, a sua objeção à adesão da Macedónia do Norte à NATO e a candidatura de Skopje à entrada na União Europeia.
Siljanovska-Davkova é a sexta personalidade a assumir as funções de chefe de Estado do país dos Balcãs que se tornou independente da Jugoslávia em 1991.
A sua tomada de posse teve lugar perante o parlamento cessante.
Siljanovska-Davkova, professora universitária e advogada, era a candidata da coligação de centro-direita e derrotou o presidente incumbente Stevo Pendarovski com 69% dos votos na segunda volta do escrutínio.
A taxa de participação foi de 47,47%, acima do limiar de 40% exigido para tornar a eleição válida e evitar uma nova votação.
Siljanovska-Davkova e Pendarovski também se tinham defrontado em 2019, tendo Pendarovski vencido esse sufrágio com 54% dos votos.