A cerca de quatro semanas das eleições dos estado da Turíngia e Saxónia, no leste da Alemanha, várias centenas de "avós" lutam pela democracia.
A Turíngia e na Saxónia, dois estados federais no leste da Alemanha, vão a votos no dia 1 de setembro e o medo dos resultados destas eleições está a fazer os "avós" saírem às ruas e lembrarem as gerações mais novas da importância da democracia.
O movimento "Avós contra a Direita", formado em 2018, entitula-se um grupo da terceira idade que luta contra a ascenção da extrema-direita e nestas eleições estaduais a preocupação recai sobre um bom resultado para do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha).
Em Erfurt, capital do estado da Turíngia, o AfD está no parlamento há dez anos. Poderá tornar-se o partido mais forte a 1 de setembro, sendo que nas sondagens atuais, está à frente da União Democrata-Cristã (CDU) de centro de direita e também dos partidos do governo minoritário vermelho-verde da Turíngia.
Um bom resultado para o AfD pode causar a chamada "minoria de bloqueio" na nomeação de juízes. Uma minoria de bloqueio é um número de votos que pode impedir a tomada de uma decisão.
Este sábado, dia 4 de agosto, na cidade de Erfurt realizou-se o primeiro congresso do grupo, que existe por todo o país e conta já com cerca de 30 mil membros ativos, segundo dados dos organizadores. "Recebemos semanalmente pedidos de informação de pessoas interessadas", afirma Virginia Sonntag-O'Brien, do grupo de Freiburg (Baden-Württemberg).
O principal objetivo deste primeiro congresso foi o debate para melhorar a rede entre os grupos locais, trocar conhecimentos e desenvolver novas ideias.
Em diversos workshops foram abordados temas como a forma de fazer frente à extrema-direita, a crise climática, as semelhanças e diferenças entre o Leste e o Oeste do país, ou ainda, a apropriação de terras pelos nacionalistas e o extremismo de direita na Internet.
O movimento, tal como o nome indica, tem como principal objetivo a luta contra os desenvolvimentos populistas e extremistas de direita, e contra todas as manifestações de racismo, antissemitismo e nacionalismo. "Os populistas oferecem soluções aparentemente simples, no entanto, a democracia continua a ser a melhor forma, embora mais difícil, de ultrapassar as crises", pode ler-se no comunicado redigido no final do congresso.
O grupo pretende centrar a sua responsabilidade na geração mais jovem, "a geração dos seus netos". "Falo frequentemente com as minhas netas sobre a necessidade de participar na democracia", afirma Renate Warner-Hopp, do grupo de avós de Erfurt, que participa regularmente em debates escolares.
Em Erfurt saíram à rua centenas de voluntários do movimento que marcharam pacificamente pelas ruas em defesa da democracia, "a única forma viável de coexistência", defendem.