Forças ucranianas penetraram em pelo menos duas linhas defensivas russas, conseguindo tomar o posto de controlo da cidade de Sudzha. Medvedev apela "a nova invasão" da Ucrânia.
Ao terceiro dia da incursão ucraniana em território russo, o Instituto para o Estudo da Guerra confirma os avanços ucranianos até 10 quilómetros na região de Kursk – de acordo com as informações avançadas, as forças ucranianas penetraram em pelo menos duas linhas defensivas russas, conseguindo tomar o posto de controlo na cidade russa de Sudzha.
Imagens de satélite revelam os sérios danos causados nos edifícios do posto de controlo desta cidade russa e mostram que as forças ucranianas capturaram mais de 40 prisioneiros de guerra russos.
Outras fontes russas relataram a ocupação da cidade ou, pelo menos, a presença de forças ucranianas no seu interior ou proximidades.
Ofensiva ucraniana é "provocação de larga escala"
A resposta do Kremlin às atividades ofensivas ucranianas na região de Kursk tem sido, até agora, contraditória. Alguns bloggers militares russos criticaram fortemente o comando militar russo por não ter detetado os preparativos ou impedido as operações ofensivas ucranianas em Kursk.
Vladimir Putin descreveu ontem a ofensiva ucraniana como uma "provocação de larga escala". O presidente russo reuniu-se com os seus principais responsáveis pela defesa e segurança para discutir a incursão ucraniana em território russo, à qual chamou de "bombardeamento indiscriminado de edifícios civis, casas residenciais e ambulâncias com diferentes tipos de armas".
Hoje, o presidente russo reuniu-se por videoconferência com o governador da região, Alexey Smirnov. No Telegram, o governador local explicou que Putin irá dar dinheiro e os meios necessários para a população que quiser deixar a região.
Foi já declarado estado de emergência na região.
Medvedev apela a nova invasão ucraniana
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, apelou a uma nova invasão ucraniana.
"Esta já não é apenas uma operação para devolver os nossos territórios oficiais e punir os nazis. Podemos e devemos penetrar mais profundamente na Ucrânia ainda existente, em direção a Odessa, Kharkiv, Dnipro, Mykolaiv. Em direção a Kiev e mais além", afirmou Medvedev. "E agora podemos e devemos falar abertamente sobre este assunto, sem embaraços e sem reverências diplomáticas", reforçou.
Até ao momento, Kiev tem-se abstido de fazer anúncios oficiais sobre a ofensiva. O Presidente Volodymyr Zelenskyy disse apenas, num discurso noturno, que havia falado com o seu comandante-chefe e que"os pormenores seriam conhecidos mais tarde".