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Tropas ucranianas avançam para o interior da Rússia e milhares de pessoas atravessam a fronteira

Uma coluna das Forças Armadas russas na região de Kursk
Uma coluna das Forças Armadas russas na região de Kursk Direitos de autor AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De  David O'SullivanAlessio Dell'Anna com AP
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Artigo publicado originalmente em inglês

A Rússia reconheceu, no domingo, que as tropas ucranianas entraram no país e afirmam ter atingido elementos do exército e equipamento a cerca de 30 quilómetros da fronteira

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Com a ofensiva a entrar no sexto dia, a Ucrânia está a ganhar terreno à medida que os combates se intensificam no território russo de Kursk.

Naquela que se tornou a incursão mais significativa da Ucrânia desde o início do conflito em fevereiro de 2022, milhares de tropas avançaram cerca de 30 km dentro da fronteira russa.

O Ministério da Defesa russo afirmou, no domingo, que os seus soldados estão a combater as tropas ucranianas perto das aldeias de Tolpino e Obschy Kolodez.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, acusou Kiev de "intimidar a população pacífica da Rússia".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reconheceu a incursão pela primeira vez num discurso, no sábado à noite, e afirmou que este verão a Rússia tinha lançado 2.000 ataques transfronteiriços a partir de Kursk.

"Cada ataque merece uma resposta justa", afirmou Zelenskyy aos ucranianos no seu discurso.

As imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa russo mostram veículos militares e tanques a ser atingidos por artilharia e por caças Su-25.

A incursão sem precedentes da Ucrânia é a maior desde o início da invasão russa e apanhou Moscovo desprevenido.

Os objetivos exatos da operação permanecem pouco claros e, para garantir o sucesso da operação, os militares ucranianos adotaram uma política de sigilo.

Os peritos afirmam que a operação quer afastar as reservas russas dos intensos combates na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, e reforçar a posição de Kiev em futuras negociações com a Rússia.

Desde o início dos combates, cerca de 76 000 residentes foram evacuados do território russo. Milhares de pessoas estão a receber ajuda da Cruz Vermelha russa.

De acordo com uma reportagem da televisão estatal russa, foram criados mais de 20 centros de alojamento temporário na região e existe uma linha direta para aqueles que perderam o contacto com familiares na região.

Enquanto os combates se intensificavam dentro do perímetro russo, a Bielorrússia preparava-se para enviar tanques para a sua fronteira com a Ucrânia.

No domingo, o Ministério da Defesa da Bielorrússia divulgou imagens de tanques a serem colocados ao longo da fronteira do país. O destacamento ocorreu um dia depois de o aliado russo ter ordenado prontidão de combate após alegadas violações do espaço aéreo.

Um vídeo partilhado pelo ministério mostrava tanques a serem posicionados na região sul de Gomel "para responder a quaisquer possíveis provocações".

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O presidente da Bielorrússia, Aleksander Lukashenko, que este ano completou três décadas no poder, permitiu que as tropas russas utilizassem o território bielorrusso para invadir a Ucrânia em 2022 e deixou Moscovo instalar algumas armas nucleares táticas.

Entretanto, as autoridades ucranianas afirmam que o incêndio na central nuclear de Zaporizhzhia, foi provavelmente provocado pelos militares russos. Esta infraestrutura tem sido apanhada no" meio do fogo cruzado", tornando-se uma fonte contínua de preocupação para os observadores internacionais.

Apesar da tomada de controlo por Moscovo, a maior parte dos trabalhadores da central permaneceu em grande parte no local, o que reduziu o risco de manuseamento incorreto da mesma.

As forças russas incendiaram "um grande número de pneus de automóveis nas torres de arrefecimento", afirmou o chefe da administração militar ucraniana em Nikopol, Yevhen Yevtushenko, citando fontes na Enerhodar ocupada. "Talvez se trate de uma provocação ou de uma tentativa de criar pânico", afirmou.

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De acordo com Yevtoshenko, os níveis de radiação na central são normais.

Zelenskyy apelou à Agência Internacional da Energia Atómica para que responsabilize a Rússia por esta provocação. Enquanto os terroristas russos mantiverem o controlo da central nuclear, a situação não é e não pode ser normal", declarou Zelenskyy numa mensagem de Telegram no domingo. "Estamos à espera da reação do mundo, à espera da reação da AIEA".

De acordo com a AIEA, "não foi registado qualquer impacto na segurança nuclear".

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